MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

391

São Paulo – O Ibovespa segue em movimento de expressiva alta acima de 1% e chegou a bater novo recorde no interdiário, superando os 128 mil pontos-128.295,28 pontos, com a alta das commodities, dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, maior que a previsão do mercado, e os indicadores positivos no exterior que mostram uma recuperação na atividade econômica global.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,52%, aos 128.141,52 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 20,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 1,71%, aos 128.315 pontos.

O economista-chefe Daniel Miraglia, da Integral Group, comenta que o índice de mobilidade da população não chegou a cair tanto no 1T21 mesmo com a piora de covid e é esperado que haja a revisão do PIB com menor queda desse índice. “As revisões para cima da inflação criam uma relação dívida/PIB melhor no curto prazo e isso tem surpreendido positivamente o mercado explicando essa dinâmica favorável para a Bolsa e queda do dólar”.

Na visão de Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, a Bolsa será de ganhos na sessão de hoje com a alta do minério de ferro [subiu mais de 4%] e do petróleo [avança mais de 3%], que fazem as ações das empresas ligadas às commodities subirem impactando no índice, além de PMIs fortes pelo mundo.

“Acredito que hoje pode bater a máxima histórica novamente na nossa Bolsa. Se algum dado vier decepcionando o mercado, é capaz de inverter essa euforia”, enfatiza o sócio da Renova Invest.

O Produto Interno Produto (PIB) brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Vários bancos revisaram as projeções para o crescimento do PIB para 2021. O resultado é maior que a mediana estimada pelo Termômetro CMA, de alta de 0,70%.

O estrategista-chefe Felipe Sichel, do banco Modalmais, afirma que os números do PIB mostram uma recuperação mais forte da economia, mesmo mostrando uma intensidade menor que o IBC-Br [Indice da Atividade Econômica do Banco Central- queda de 1,59% em março ante fevereiro]. Para as próximas leituras, o estrategista chefe avalia que “com o impacto da segunda onda da pandemia, a retomada do auxílio emergencial e avanço da vacinação, o crescimento do PIB foi revisado para 4,6% ao ano”.

Nos Estados Unidos, o PMI do setor industrial cresceu 62,1 pontos em maio ante 60,5 em abril, segundo dados revisados pelo IHS Markit.

Na Eurozona, o índice de gerentes de compras sobre a atividade do setor industrial subiu 63,1 pontos em maio, ante 62,9 pontos em abril, conforme os dados revisados pelo instituto de pesquisas IHS Markit. Na China, o PMI cresceu para 52,0 pontos em maio ante 51,9 pontos em abril. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão da atividade econômica.

Ele comenta que existe um temor dos investidores em relação à crise hídrica. “É o pior cenário nos últimos 91 anos e temos de ficar preocupados com o setor elétrico na Bolsa”.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real no primeiro pregão de junho e opera nos menores níveis do ano, além de devolver os ganhos no acumulado de 2021, em linha com o exterior, onde prevalece o apetite por risco. O ambiente doméstico também é favorável e leva o índice Ibovespa a renovar as máximas históricas em meio à entrada de um fluxo positivo no mercado local, além de ajustes de posição após o resultado do PIB brasileiro.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,16%, cotado a R$ 5,1620 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 1,06%, cotado a R$ 5,176.

O diretor de câmbio de uma corretora nacional reforça que além da “fragilidade” do dólar no exterior, investidores locais estão “desmontando posições defensivas” em meio ao otimismo com o resultado do PIB no primeiro trimestre do ano, no qual cresceu 1,2% ante o trimestre anterior, acima do esperado.

“A queda da moeda é alimentada pelo resultado acima do esperado do PIB e com a possibilidade de andamento da agenda de reformas e de privatizações”, comenta. Sobre o crescimento da economia, o analista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier, destaca que os dados positivos dos setores do PIB, com altas da agropecuária, indústria e serviços, e de indicadores do início do segundo trimestre sustentam a perspectiva de continuidade parcial da atual resiliência da atividade econômica brasileira.

Porém, apesar do “prognóstico mais positivo” de curto prazo, as incertezas persistem. “Seja sanitária, com sinais de uma possível terceira onda de covid-19 e com o ritmo de vacinação em curso. Seja de outras naturezas, como a antecipação da corrida eleitoral, além dos riscos ligados ao quadro energético e ao cenário fiscal. Os riscos persistem no horizonte”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem operando mistas neste início de tarde. Os vencimentos mais longos tentam acompanhar o recuo do dólar em relação ao real depois de o produto interno bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre ter vindo melhor do que o esperado pelos analistas. Já os vértices mais curtos mostram viés de alta sob pressão do leilão de títulos públicos realizado na manhã de hoje pelo Tesouro Nacional.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,13%, de 5,09% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,75%, de 6,70%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,89%, de 7,90% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,44%, de 8,49%, na mesma comparação.