São Paulo – Após oscilar nesta manhã entre 129 e 130 mil pontos, a Bolsa firma posição de alta e volta a bater novo recorde interdiário- 130.731,08 pontos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,48%, aos 130.628,89 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 0,48%, aos 130.750 pontos.
Mais cedo, a Bolsa fazia ajuste técnico devido às altas nos últimos pregões. O analista João Vitor Freitas, da Toro Investimentos, afirma que a Bolsa estava fazendo um movimento normal de ajuste. “Depois de ter levado 130 mil pontos, volta um pouco para baixo fazendo uma leve correção”.
Freitas avalia o cenário positivo que impacta o mercado acionário. “Ibovespa renovando máxima atrás de máxima, o dólar chegando perto dos R$ 5, em um contexto de diversas previsões para cima do PIB e as empresas relacionadas a consumo interno começam a evoluir muito bem”, avalia.
As commodities, segundo o analista da Toro, estão perdendo um pouco de força embora o cenário seja positivo. “Vemos uma migração para as empresas ligadas à retomada econômica”.
O mercado fica prestando atenção para Brasília com expectativa para os avanços das reformas administrativa e tributária.”Podem ser um driver forte para contribuir com desempenho positivo na Bolsa”.
Os analistas da Sul América Investimentos comentam que o ambiente internacional deve continuar contrubuindo para os ativos de risco, principalmente as bolsas. “Os investidores estão otimistas com a retomada de crescimento econômico global, mas ao mesmo tempo avaliam os riscos inflacionários”.
Para os analistas da Sul América, de maneira geral, o momento é bom para os ativos na Bolsa, mas as expressivas altas na Bolsa podem sugerir uma acomodação no curto prazo. “Novos avanços dependerão da agenda econômica, evolução da MP da Eletrobras e continuidade da CPI da pandemia”, enfatiza.
No radar dos investidores, segundo Villegas, no curto prazo, seguem a inflação os riscos inflacionários e o impacto de um imposto corporativo mínimo sobre as empresas de tecnologia”.
O dólar comercial voltou a oscilar sem rumo único frente ao real acompanhando o movimento misto entre os ativos globais, calibrando uma correção local após as perdas recentes na semana passada, o que levou a divisa norte-americana aos menores níveis desde dezembro do ano passado. O cenário externo segue no radar dos investidores junto ao noticiário político, com investidores atentos ao avanço da agenda de reformas.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira alta de 0,01%, cotado a R$ 5,0370 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,26%, cotado a R$ 5,048.
O diretor de uma corretora nacional comenta que uma movimentação local sustenta a alta do dólar. “A moeda ficou barata, o que atraiu importadores e tesourarias de bancos nesse movimento”, comenta. Mais cedo, a divisa estrangeira renovou as mínimas do ano ao chegar a R$ 5,02.
A equipe da mesa de câmbio da Travelex Bank destaca que a tendência é de dólar enfraquecido ante o real à medida em que a taxa básica de juros (Selic) subir.
“Isso após o Banco Central sinalizar novamente que deve elevar a taxa em 0,75 ponto percentual [chegando a 4,25% ao ano]. Provavelmente, irá atrair capital estrangeiro para o Brasil, além do dólar estar se enfraquecendo ante a maioria das moedas de países emergentes e ligadas às commodities”, avalia. A próxima reunião de política monetária do BC será na semana que vem.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam com viés de alta desde o início da sessão acompanhando a apreciação do dólar em relação ao real em um dia no qual alguns indicadores no exterior acionaram o alarme dos investidores quanto à recuperação da economia global.
Por volta das 12h50, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,100%, de 5,075% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,735%, de 6,655%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,82%, de 7,74% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,34%, de 8,27%, na mesma comparação.