MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue operando no negativo em um dia em que os investidores estão cautelosos em relação aos dados de inflação que serão divulgados amanhã aqui [Índice de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA] e nos Estados Unidos [CPI, sigla em inglês] na quinta.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,51%, aos 130.101,03 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 18,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,26%, aos 130.200 pontos.

Nem mesmo o resultado positivo das vendas no varejo em abril, que vieram acima do esperado pelos analistas [subiu 1,8% em abril, ante março. O mercado previa queda de 0,7%] ajuda a subir o Ibovespa. A queda nos papéis do setor financeiro contribui para empurrar o índice para baixo.

O analista Luiz Henrique Wickert, da plataforma sim; paul, comenta que “majoritariamente são os bancos que puxam o índice para baixo, destaque para a queda do Itaú [ITUB4 -2,02%]”.

Para o analista José Costa Gonçalves da Codepe Corretora, os dados do Indice Geral de Preços- Disponibilidade Interna (IGPD-I) pode ter influenciado negativamente no Ibovespa [subiu 3,42% em maio depois de avançar 2,22% em abril]. Somado a isso “os bancos também puxam o índice para baixo, após a forte alta de ontem”.

Mas o que chamou a atenção do analista foi o baixo volume projetado para a abertura de R$28 bilhões em apenas 15 minutos de pregão, no mesmo horário da sessão da véspera era estimado um giro de R$ 90 bilhões “O volume projetado está muito baixo e ainda não sei o motivo”, comenta.

Ele acredita que os investidores “estão analisando os dados da economia e se posicionando”.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, “pode buscar um rompimento da máxima histórica hoje, tudo depende o setor bancário, se não caírem”. Ele afirma que deve ter migração dos papéis das commodities para varejistas.

O analista Ricardo Gomes da Silva da Correparti comenta que os mercados globais estão no aguardo da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) dos EUA em maio, na quinta feira.

Em relação ao auxílio emergencial que pode ser estendido até setembro, o sócio da Renova Investimentos, salienta que “é mais um ponto positivo para o setor de varejo”.

Friedrich afirma que o mercado também está atento à Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras.  Espera-se que o relator da MP, senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresente seu texto amanhã.

A Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) da pandemia volta à cena hoje com novamente o depoimento de ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que deve falar sobre a vacinação no País. “É muito bom ficar de olho na CPI”, comenta Friedrich.

O dólar comercial exibe forte volatilidade desde a abertura dos negócios e opera com sinal negativo frente ao real, acompanhando o desempenho positivo de algumas moedas de países emergentes no exterior, enquanto a divisa norte-americana ganha terreno em relação aos pares. Aqui, além de um movimento técnico local, as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante um evento foram vistas com otimismo.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0,03%, cotado a R$ 5,0350 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,23%, cotado a R$ 5,047.

O diretor de uma corretora nacional destaca que a moeda norte-americana teve “dois momentos” na primeira parte da sessão. “Primeiro, ela bateu R$ 5,02 refletindo os bons números das vendas no varejo no Brasil. Com isso, apareceram tesourarias de bancos e importadores na ponta compradora. Depois, quando o dólar subiu a R$ 5,06 apareceu bastante exportação”, explica.

As vendas do comércio varejista restrito – que excluem veículos e material de construção – subiram 1,8% em abril em relação a março, acima da previsão de queda de 0,70% (-0,75% na leitura original). O resultado foi o maior para o mês desde 2000. Ante abril de 2020, o dado avançou 23,8%, acima da previsão de +18,40%.

“A ‘vibe’ hoje é dólar para baixo, com ele cada vez mais encostando nos R$ 5,00, já que o ambiente no mundo melhorou muito”, comenta o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Ele reforça que o nível de R$ 5,00 é uma “marca psicológica muito forte” e que deverá ter um pouco de resistência para ser “furada”. “Tem que ver como o dólar vai romper essa marca. Até lá, ele deve ficar rodeando esse nível”, diz.

Durante participação em um evento do JPMorgan, o presidente do Banco Central comentou que o “real está se comportando um pouco melhor” recentemente e que a estabilidade da moeda local reflete em “perspectiva melhor para o crescimento” econômico do país.

Para Nagem, em um cenário mais positivo, falas são interpretadas e absorvidas com otimismo pelos investidores. “O otimismo hoje é muito grande. E a moeda pegou um canal de baixa”, ressalta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda desde o fim da manhã em meio a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que grande parte do choque inflacionário dos últimos meses foi absorvida.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,115%, de 5,105% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,725%, de 6,72%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,79%, de 7,80% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,30%, de 8,34%, na mesma comparação.