São Paulo – Após operar em leve queda na maior parte da manhã, o Ibovespa passou a subir acompanhando a melhora das Bolsas norte-americanas e das ações da Petrobras. Os mercados acionários mostram volatilidade no último pregão do mês e do semestre, além de continuar a cautela em função do crescimento de casos de coronavírus e da tensão entre China e Estados Unidos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,27%, aos 95.997,49 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava ligeiro avanço de 0,01%, aos 96.195 pontos.
Analistas também aguardam um depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, previsto para às 13h30 (horário de Brasília).
Para o economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, em alguns dias a preocupação com a pandemia pesa mais para os ativos, mas a liquidez segue elevada nos mercados e destaca que “a volatilidade veio para ficar”.
Após o dólar comercial acelerar os ganhos frente ao real acima de R$ 5,50, no maior valor intraday desde 25 de maio, a moeda reduziu os ganhos em meio ao acirramento da disputa pela formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) – de fim de mês.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,21%, sendo negociado a R$ 5,4900 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava avanço de 1,23%, cotado a R$ 5,476.
“Os comprados estão conseguindo manter o dólar em níveis mais altos”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik. Com a moeda acima de R$ 5,50 pela primeira vez em mais de um mês, ele comenta que “nunca viu” o Banco Central atuar com leilões em dia de formação da taxa de fim de mês.
“Acho difícil uma interferência em dia de disputa técnica, mas se a moeda for para níveis ainda mais altos antes das 13 horas, pode ser que ele entre”, diz o profissional da Correparti reforçando o viés de volatilidade da sessão no último dia do semestre, no qual investidores aproveitam para fazer movimentações técnicas dos investimentos.
No exterior, a moeda também opera com ganhos ante as principais moedas de países emergentes com investidores avaliando a relação entre Estados Unidos e China após o parlamento chinês sancionar a lei de segurança nacional para Hong Kong. “O que deixou Pequim em posição mais conflituosa com governos ocidentais”, diz o consultor de câmbio de uma corretora local.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com leves oscilações, mas exibem um ligeiro viés de baixa, principalmente no trecho longo, indo na contramão dos ganhos acelerados do dólar, que se aproxima da marca de R$ 5,50. Os dados sobre o mercado de trabalho (Pnad) reforçam a ideia de manutenção dos estímulos monetários por um período prolongado, o que mantém o ímpeto para a retirada de prêmios neste último dia do semestre.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,075%, de 2,07% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,93%, de 2,95% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,03%, de 4,06%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,72%, de 5,76%, na mesma comparação.