São Paulo – O Ibovespa operava com volatilidade no início do pregão entre altas e baixas e passou a firmar movimento de ganho puxado por Vale e Petrobras. Os investidores estão atentos ao cenário de política monetária nos Estados Unidos e com a nova votação da medida provisória (MP), que autoriza a privatização da Eletrobras, na Câmara Deputados.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,36%, aos 128.870,79 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,83%, aos 129.600 pontos.
Uma fonte que não quis se identificar comenta que “houve pressão de Vale (VALE3) no início do pregão com a queda do minério de ferro, mas já reverteu o movimento”. As ações da Vale (VALE3) caíam mais de 1,00% e passou subir 0,64%.
O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, comenta sobre a mudança de direção dos papéis da Vale, que é atribuído ao pagamento de dividendos da empresa. “Quem comprar ações da empresa até dia 23 vai receber um yield de 2,00%”. Ele ainda afirma que Vale acompanha seus pares no exterior, como a Anglo American e Glencore, que sobem mais de 1,00%.
Em relação a Petrobras, Costa ressalta que a alta do petróleo, sobe mais de 1,00% influencia nas ações. Essa valorização da commodity é atribuída “às eleições do ultraconservador e novo presidente do Irã”, enfatiza. Os papéis da estatal sobem mais de 1,00%.
O estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, afirma que o mercado deve seguir atento às perspectivas de aperto na política monetária norte-americana. “Mesmo com uma normalização de uma antecipação com a retirada de estímulos, os investidores esperam que esse processo seja extremamente gradual. Esse é o grande desafio do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano)”.
O estrategista da Genial também acredita que “devemos continuar com um cenário de bastante volatilidade”.
Os analistas da Sul America Investimentos também afirmam que o ambiente internacional está no foco do mercado. “Os investidores acompanharão a evolução dos mercados externos atentos a sinalizações sobre eventuais movimentos do Fed”.
Por aqui, a MP da Eletrobras será votada novamente a partir das 15h na Câmara dos Deputados. A medida provisória caduca amanhã. As ações da estatal (ELET3 e ELET6) sobem mais de 2,00% e mais de 3,00% respectivamente. Costa afirma que “nos bastidores tudo indica que vai passar [a medida provisória]”.
O dólar comercial tem queda firme frente ao real e opera abaixo de R$ 5,05, após exibir forte volatilidade na abertura dos negócios, acompanhando o exterior, onde a moeda norte-americana perde terreno para as divisas pares e de países emergentes. Aqui, a entrada de fluxo de recursos estrangeiros corrobora para sustentar o movimento de queda.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,70%, cotado a R$ 5,0350 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 1,08%, cotado a R$ 5,040.
“A moeda está fragilizada lá fora e teve entrada de fluxo cambial no mercado doméstico por exportadores e de investidores estrangeiros pela via financeira”, comenta o diretor de uma corretora nacional.
Lá fora, o dólar reverte parte dos ganhos na última semana, quando investidores reagiram negativamente à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), considerada “hawkish” (dura), ao indicar que deverá iniciar o ciclo de alta da taxa de juros antes do sinalizado anteriormente, de 2024 para 2023.
“Embora tenha mantido as taxas de juros e os programas de compras de ativos inalterados, o Fed passou a esperar alta de juros em 2023, antecipando o ciclo de aumento em relação à última divulgação [em março]. Ao longo do dia, investidores acompanharão as falas de alguns dos presidentes das distritais do Fed”, avalia a equipe econômica do Bradesco.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em leve queda, com os investidores buscando realização de lucros depois da forte alta observada no decorrer da semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juro a 4,25% ao ano e endureceu o discurso em relação a seus próximos passos no sentido de tentar controlar a inflação.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,61%, de 5,625% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,15%, de 7,195%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,24%, de 7,32% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,70%, de 8,77%, na mesma comparação.