MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após perder mais de 2% esta manhã, o Ibovespa diminui a queda e volta aos 125 mil pontos com a melhora no exterior. O recuo índice é devido à aversão ao risco global em um dia em que os investidores se preocupam com a disseminação da variante do coronavírus, Delta, o anúncio de que o governo chinês vai continuar com os estímulos na economia.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,14%, aos 125.570,41 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 1,07%, aos 126.020 pontos.

Somado  a isso, os dados econômicos piores que o esperado nos Estados Unidos, a tensão política local  e véspera de feriado por aqui contribuem para o pessimismo no mercado. A maioria das ações do Ibovespa cai.

Na visão do analista Enrico Cozzolino, da Levante Ideais de Investimentos, comenta que os mercados estão realizando e “as questões políticas com a CPI[Comissão Parlamentar de Inquérito da covid] e véspera do feriado [amanhã a bolsa está fechada] ajudam a pesar no Indice”.

Outro fator citado por Cozzolino que refletiu negativamente no mercado foi o anúncio do governo chinês de continuar com os estímulos na economia. “Esse anúncio enfatiza que talvez a economia chinesa reduza um pouco e assustou o mundo”. A China vai usar mecanismos da política monetária para sustentar a economia real.

Para a equipe da Ajax Capital, o movimento é de aversão ao risco. “Ambiente externo desfavorável deve continuar a impactar negativamente os preços dos ativos locais”, comenta.

Segundo Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, existe uma preocupação global em relação aos riscos com a nova variante do coronavírus. “Coloca em xeque o avanço da economia global  e mesmo com o IPCA ter ficado melhor que a previsão do mercado a Bolsa será de queda hoje”.

O Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,53% em junho em comparação com maio. O resultado ficou abaixo da estimativa da mediana do Termômetro CMA, +0,60%.

Por aqui o cenário político segue conturbado com os desdobramentos negativos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid  e  a reforma tributária continua no radar dos investidores.  Hoje a ex-coordenadora do Programa nacional de Imunização, Francieli Fantinato, está depondo na comissão do Senado Federal.

Na véspera os empresários se uniram  contra as mudanças na proposta do governo e enviaram na uma carta para o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) para que haja mais discussão sobre o tema. “O ambiente político negativo deve ampliar o efeito da aversão ao risco global e fazer preços de ativos brasileiros caírem”, afirmam os analistas da Sul América Investimentos..

Nos Estados Unidos, o número auxílio desemprego subiu em  2 mil solicitações na semana encerrada em 3 de julho, somando 373  mil, segundo o Departamento de Trabalho do país. Os analistas previam 350 mil pedidos.

O dólar comercial teve forte desaceleração na alta após o Banco Central (BC) anunciar um leilão de swap cambial e agora passou a cair na sessão. A moeda norte-americana chegou a subir mais de 1% na sessão, atingindo a máxima de R$ 5,3140.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,17%, cotado a R$ 5,2290 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,07%, cotado a R$ 5,242.

O leilão do BC foi de 10 milhões de contratos de swap cambial, numa operação que movimentou US$ 500,0 milhões. A operação aconteceu entre 12h20 e 12h30 (de Brasília), com aceitação de 100% do montante previsto.

OP cenário ainda é de cautela no mercado externo e interno, com a nova variante do coronavírus. No Brasil, novos casos indicam a chegada da mutação da cepa, atrelado a isso, investidores seguem de olho nos desdobramentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado Federal.

Rachel de Sá, da Rico, afirmou em relatório na manhã de hoje que os mercados não amanheceram com clima de pré-feriado “diante de preocupações com novas variantes da Covid-19. No Brasil, indícios de primeiro caso de transmissão comunitária, mas dados melhoram”, explicou.

“A ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, divulgada ontem, mostrou que o pessoal está concordando em discordar por lá. Enquanto alguns membros do comitê acreditam que seria positivo antecipar um pouco a redução dos estímulos (o famoso tapering), outros defendem paciência e cautela, e esperam a divulgação de um conjunto maior de indicadores para qualquer tomada de decisão”, acrescentou Rachel.

“Lá fora o dólar perde levemente de seus pares e ganha das moedas emergentes e ligadas as commodities, destaque para o peso mexicano que se desvaloriza quase 1%. Internamente deveremos ter uma abertura em alta, além de acompanhar o desempenho de sua congênere no exterior, aqui as mazelas políticas aumentam as tensões que já incomodavam os mercados, ampliando as incertezas dos investidores”, explicou, em relatório matinal, Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

POLITICA – CPI PANDEMIA

Ontem, Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da pandemia no Senado, deu voz de prisão a Roberto Dias ao final do depoimento, sob a acusação de que ele teria mentido a respeito das circunstâncias de um encontro com o representante comercial Luiz Roberto Dominguetti – que o acusou de cobrar propina para a compra de vacinas contra a covid-19 enquanto era diretor de logística do Ministério da Saúde.

Dias negou a acusação, mas confirmou que houve uma reunião informal com Dominguetti a respeito das vacinas, provocada pelo coronel Marcelo Blanco, ex-diretor-substituto de Logística do Ministério da Saúde.

A reunião ocorreu em um restaurante de Brasília. Dias disse que o encontro não estava programado e que Blanco apareceu acompanhado de Dominguetti ao local, mas não soube explicar como Blanco sabia que ele estaria no local. A CPI apresentou áudios de Dominguetti sugerindo que havia uma combinação prévia a respeito da reunião.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta acompanhando a predominância da aversão ao risco nos mercados internacionais. Se no exterior, os investidores mostram-se preocupados com o avanço da pandemia no dia que o número de óbitos por covid-19 ultrapassou oficialmente a marca de 4 milhões no mundo, a tensão política em Brasília aumentou com a nota de repúdio emitida pelo Ministério da Defesa criticando as investigações do Senado sobre militares suspeitos de envolvimento em atos de corrupção.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,80%, de 5,735% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,29%, de 7,20%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,32%, de 8,23% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,74%, de 8,67%, na mesma comparação.