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São Paulo – A Bolsa mantém o movimento de queda e tenta voltar para os 127 mil pontos com os investidores ainda repercutindo o resultado da inflação nos Estados Unidos (CPI) e no aguardo das mudanças em relação à reforma tributária.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,42%, aos 127.056,44 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,75%, aos 127.530 pontos.

Para a economista-chefe da Reag Investimentos, a queda na Bolsa reflete o resultado da inflação nos Estados Unidos e o cenário político local bastante conturbado. “Os dados de inflação não deve mudar muito a visão do Fed [Federal Reserve, banco central norte-americano] de que as pressões transitórias sobre preços vão permanecer no núcleo da inflação e podem estar chegando ao fim, com o risco de retorno negativo no próximo ano”.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor subiu 0,9% em junho em comparação com maio. Os analistas previam alta de 0,5%. O núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 0,9% em junho, após registrar alta de 0,7% em maio. “O CPI veio acima do esperado e pode impactar negativamente o mercado acionário”, enfatiza Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest

Por aqui, o foco principal do mercado é o novo texto da reforma do Imposto de Renda. A proposta deve ser apresentada hoje aos líderes partidários pelo relator, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA). “O novo texto do Imposto de Renda é o drive para o Brasil , com os ajustes negociados com o ministro Paulo Guedes [da Economia], incluindo redução de 12,5 ponto porcentual do IRPJ e isenção [de tributação de rendimentos] para Fundos Imobiliários”, afirma Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest.

A economista da Reag cita que o mercado “está em compasso de espera do que vem da reforma tributária” e destaca também a ação do presidente Jair Bolsonaro que sancionou com vetos a MP de privatização da Eletrobras. As ações da estatal (ELET3 e ELET 6 ) caíam o,75% e 0,88%, respectivamente.

O dólar comercial passou a cair na sessão após registra alta desde a abertura, chegando à máxima de R$ 5,2220 para venda. Dados acima do previsto sobre a inflação dos Estados Unidos fez com que a moeda passasse a ter viés de queda frente ao real, mas ainda operando próximo da estabilidade.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,30%, cotado a R$ 5,1570 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,30%, cotado a R$ 5,167.

“O dólar reverte avanço, depois de chegar a ser negociado no patamar de R$ 5,22, diante do CPI [Indice de Preços ao Consumidor] americano mais alto do que o esperado. Yields dos Treasuries 10 anos também reverteram alta. Indice Dólar desacelera levemente seu avanço. Juros futuros seguem pressionados após inflação ao consumidor nos EUA subir 0,9%, maior patamar desde 2008”, explicou Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,9% em junho na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de 0,5%. Em maio, o índice subiu 0,6% em comparação com o mês anterior. Nos 12 meses até junho, o índice de preços ao consumidor subiu 5,4%. O mercado previa alta de 5,0% em base anual.

Pela manhã, o dólar comercial apresentava alta diante de um movimento global de valorização da moeda norte-americana frente a moedas de países emergentes e de países produtores de commodities.

“Lá fora o dólar ganha de seus pares e das moedas emergentes e ligadas as commodities. Aqui deveremos ter uma abertura em alta, acompanhando o desempenho visto no exterior, Internamente, além de olhar o cenário externo, agentes locais ficarão atentos ao novo texto da reforma do Imposto de Renda, que traz ajustes importantes negociados com Paulo Guedes e fluxos, que tem potencial para deixar o real descolado de outras moedas”, explicou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora de Câmbio.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta com os investidores repercutindo os dados da inflação ao consumidor norte-americano, que vieram mais salgados do que o esperado por analistas.

Por volta das 12h45, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,815%, de 5,815% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,365%, de 7,335%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,43%, de 8,38% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,83%, de 8,78%, na mesma comparação.