MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue o movimento de alta mas perde o pouco o fôlego devido à queda do dólar que impacta as empresas exportadoras da B3. Os investidores repercutem a publicação do discurso que o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, fará na Câmara dos Representantes e a proposta preliminar da segunda fase da reforma tributária.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,42%, aos 128.707,40 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava alta de 0,28%, aos 129.215 pontos.

O mercado financeiro também aguarda a divulgação do Livro Bege-relatório do Fed sobre as condições econômicas das 12 principais regiões do país.

O analista Luiz Henrique Wickert, da plataforma sim;paul, explica que a perda de fôlego da Bolsa “é que o dólar está caindo muito forte e muitas empresas exportadoras, que têm forte peso no índice, como a Vale, caem e não ajudam impulsionar o Ibovespa”.

Powell afirmou que recuperação da economia dos Estados Unidos ainda não avançou o suficiente para retirar os estímulos e que a inflação deverá seguir em alta nos próximos meses até atingir a moderação.

Para os analistas da Terra Investimentos, “a sinalização da sequência da política monetária acomodatícia gera maior interesse do investidor por ativos de risco, em especial a bolsa de valores”.

Segundo os analistas da Sul América Investimentos, o mercado brasileiro deve ficar “refém da agenda norte-americana”.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI, sigla em inglês) subiu 1% em junho em comparação a maio, após alta de 0,8%. Os analistas estimavam aumento de 0,6%.

Para o estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, após dos dados da inflação dos Estados Unidos saírem acima das expectativas do mercado na véspera [subiu 0,9% em junho ante maio, analistas previam +0,5%], e “ter assustado o mercado, é oportuna a fala do presidente Jerome Powell hoje”, afirma.

Villegas ressalta que “o investidor deve seguir um ritmo de maior cautela” em meio a um cenário de inflação alta, que o mercado não vê há muito tempo. Além disso, o resultado da inflação de ontem e uma acomodação dos dados de crescimento econômico e ao mesmo tempo juros baixos, comenta.

No Brasil, o Indice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,43% em maio ante abril, passando para 139,11 pontos. O resultado contrariou a mediana das projeções coletadas pelo Termômetro CMA, que previa alta de 1,20%.

Ontem, o relator da proposta da reforma tributária que altera a cobrança do Imposto de Renda, Celso Sabino (PSDB-PA), apresentou o texto para lideres partidários e refletiu positivamente no mercado. No pregão de hoje, o parecer segue no radar dos investidores. “A nova versão é mais positiva para a atividade econômica, embora aumente o risco fiscal”, afirma a economista Tatiana Nogueira, da XP Investimentos.

O dólar comercial segue operando com forte queda que se aproxima de 2% após dados sobre inflação nos Estados Unidos e também com o texto do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Internamente, o texto entregue ontem sobre a reforma tributária também traz otimismo aos investidores.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,73%, cotado a R$ 5,0910 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 1,42%, cotado a R$ 5,101.

“Lá fora o dólar perde de seus pares e das moedas emergentes e ligadas as commodities e aqui deveremos ter uma abertura em queda, acompanhando o desempenho visto no exterior”, afirma relatório matinal da Correparti Corretora de Câmbio.

“As principais bolsas da Europa operam em queda, ampliando as perdas da véspera, acompanhando a Ásia e também com dados de inflação no Reino Unido, que igualmente aos Estados Unidos vieram acima do esperado e alimentam as chances de grandes bancos centrais anteciparem o aperto monetário de suas políticas monetárias. Já os futuros americanos trabalham sem uma direção definida, com os investidores atentos ao depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, que falará sobre inflação e outros aspectos, dos números de inflação ao produtor (PPI), Livro Bege e alguns balanços corporativos”, acrescentou o relatório.

O Indice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês) subiu 1,0% em junho na comparação com o mês anterior, após a alta de 0,8% em maio, já descontados os fatores sazonais, informou o Departamento do Trabalho. Analistas previam alta de 0,6% em junho.

Powell afirmou que a economia dos Estados Unidos ainda está longe de alcançar progressos substanciais que permitiriam a redução de estímulos, segundo texto preparado para audiência ante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados do país.

“Embora alcançar o padrão de ‘progresso adicional substancial’ ainda esteja um pouco distante, os participantes esperam que o progresso continue. Continuaremos essas discussões nas próximas reuniões. Como já dissemos, avisaremos com antecedência antes de anunciar qualquer decisão de fazer alterações em nossas compras”.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda acompanhando o forte recuo do dólar em relação ao real observado desde os primeiros movimentos do pregão. O mercado local de câmbio reage aos movimentos da moeda norte-americana no exterior enquanto investidores ainda digerem os mais recentes dados sobre a inflação nos Estados Unidos e as declarações do presidente do Fed.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,815%, de 5,83% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,335%, de 7,365%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,33%, de 8,38% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,74%, de 8,79%, na mesma comparação.