São Paulo – A Bolsa opera em queda, após apresentar bastante volatilidade, seguindo o exterior e com os investidores repercutindo a fala de Jerome Powell, no Senado. Por aqui, os investidores seguem atentos à reforma tributária, mas devem seguir os movimentos do exterior.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,64%, aos 127.576,48 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava queda de 0,77%, aos 127.995 pontos.
Segundo os analistas da Ajax capital, os ativos de risco no Brasil “devem acompanhar o exterior e reagir com os dados chineses”, afirmam.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, discursou no Senado e os investidores acompanham, mas sem expectativas para uma mudança nos comentários mais dovish -menos propenso a um aperto monetário-da véspera, na Câmara dos Representantes. Os analistas da Commor comentam que “se Powell está confortável com a sinalização de ontem, de certa forma não existe muito o que esperar hoje, embora seja sempre plausível estar atento à alguma novidade”.
Para os analistas da Ajax Capital, os diretores do Fed devem observar o melhor momento para a diminuição de estímulos. “A redução do volume de compras mensais de títulos deve ter início neste ano, mas provavelmente no 4T21”, ressaltam.
Nos Estados Unidos, os pedidos de seguro desemprego caíram em 26 mil, na semana encerrada em 10 de junho, para 360 mil. Os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho saíram em linha com a previsão dos analistas, de 360 mil solicitações. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho.
Os analistas da Ajax Capital comentam que o acordo entre os membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) pode estar chegando ao fim, o que mostra um recuo nos preços do petróleo em mais de 1%.
Por aqui, os investidores seguem monitorando a reforma tributária porque a desoneração do Imposto de Renda pode elevar a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e ficam atento à votação da Lei de Diretrizes Orçamentária.
O dólar comercial firmou-se em alta na sessão após forte volatilidade pela manhã. Investidores ainda digerem as falas do presidente do Fed no Senado norte-americano. Além disso, dados econômicos importantes foram divulgados na semana, com destaque para os dados de inflação nos Estados Unidos.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,51%, cotado a R$ 5,1100 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava avanço de 0,74%, cotado a R$ 5,119.
“Hoje os mercados ao redor do globo exibem sinais mistos, após dados mostrarem que o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] chinês desacelerou fortemente no segundo trimestre, ainda que tenha vindo em linha com as expectativas. Os futuros americanos trabalham sem uma única direção, no aguardo da segunda parte do testemunho do presidente do Fed no Senado americano, e de indicadores que incluem a pesquisa semanal sobre os pedidos de auxilio-desemprego e números da produção industrial”, explicou em relatório matinal Jefferson Rugik, da Correparti Corretora de Câmbio.
Rugik diz ainda que “no mercado internacional de câmbio o dólar opera na linha d’água frente a seus pares e trabalha de forma mista junto as divisas emergentes e ligadas às commodities. Internamente o dólar comercial deve abrir de estável a leve viés de alta, atenção especial ao novo pronunciamento do presidente do Fed e nos indicadores americanos que tem potencial para interferir no câmbio e principalmente no fluxo cambial de recursos que tem sido positivo”, afirmou.
A Commcor Corretora também compartilha da expectativa da fala do Powell como um direcionamento para os mercados hoje. “Olhando para as reações de ontem, o mercado não teve como “ignorar” a surpresa dovish [suave] de Powell, especialmente após CPI e PPI acima do esperado, tendo ativos de risco performando positivamente, o que naturalmente ajudou o Real a seguir o movimento de recuperação após R$ 5,30 atingidos na semana passada”, explicou em relatório.
“Ainda assim, a sessão de hoje começa com acomodação dos movimentos citados, com as principais bolsas europeias e futuros norte-americanos operando em queda, enquanto o dólar é negociado sem tendência definida”, acrescentou o documento da Commcor.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta, principalmente no trecho mais longo da curva a termo, em uma sessão na qual investidores promovem ajustes em relação à intensa queda da véspera em meio a uma maior percepção de risco político.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,805%, de 5,78% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,305%, de 7,27%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,34%, de 8,25% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,73%, de 8,66%, na mesma comparação.