MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa chegou a cair mais de 2%, mas voltou um pouco, com o exterior negativo e pressionado por Bradesco e Itaú com a divulgação do balanço do Bradesco, principalmente em relação à baixa rentabilidade da seguradora que frustrou o resultado. A Petrobras também puxa para baixo o índice.  Somado a isso, as falas de membros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) e a preocupação dos investidores com os riscos político e fiscal por aqui motivam o pessimismo no mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,70%, aos 121.467,68 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 1,31%, aos 121.615 pontos.

Para Leonardo de Santana, especialista da Top Gain,  a fala do membro do banco central norte-americano, James Bullard, ajudou a intensificar a queda dos mercados. Bullard disse que podem acabar com os bônus no primeiro trimestre de 2022. “A Bolsa e o dólar se estressaram”. No pior momento a Bolsa chegou a cair 1,60%.

Santana disse “estar preocupado e com cautela  em relação às retomadas econômicas no mundo e a continuação ou não dos estímulos nos Estados Unidos que vai dar direcionamento para o mercado”.

Outro membro do Fed, Richard Clarida, afirmou que o Fed deve anunciar até o final de 2021 a redução de estímulos.” Vemos o Fed  preocupado com o recente aumento da inflação e começa a tomar uma postura diferente de tempos atrás”.

Para o especialista da To Gain “essa semana tem de a ser volátil com a decisão do Copom hoje e a geração de empregos (payroll) na sexta-feira nos Estados Unidos”

O resultado do Bradesco impactou negativamente na Bolsa. O banco registrou líquido gerencial de R$ 6,3 bilhões no 2T21. Em relação ao 1T21 houve uma queda de 3%, mas na comparação anual teve uma alta de 63%. Segundo Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, esse número veio em linha com as estimativas do mercado. Villegas ressaltou que do lado negativo, na parte de seguros o Bradesco teve uma queda bastante significativa, 50% na comparação trimestral e 58% em relação a ano contra ano, devido a procedimentos eletivos de saúde e sinistros de vida relacionados à covid-19.

Os investidores repercutem os dados de criação de emprego do setor privado nos Estados Unidos, que mostraram a abertura de 330 mil vagas de trabalho em julho, com exceção do setor rural, de acordo com o relatório da Automatic Data Processing (ADP) . Os analistas esperavam  criação de 653 mil empregos.

Para os analistas da Terra Investimentos, o Ibovespa “segue o movimento negativo externo” e o Bradesco lidera as perdas “em pontos do índice após o lucro recorrente ter ficado abaixo do esperado e as revisões negativas de guidance de seguros e previdência e capitalização de 2% a 6% para 15% a 20%”, comentaram.

As ações do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) caíam 3,53% e 3,54%; Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) perdiam 2,69% e 1,93%. Hoje será divulgado o resultado do Banco do Brasil após o fechamento do mercado. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) também têm forte baixa- 4,07% e 3,09%, com a queda do petróleo, de mais de 3%, e antes do balanço da estatal no 2T21.

Os analistas da Terra Investimentos afirmaram que os investidores mantêm o foco no “impasse sobre precatórios para garantir espaço à ampliação do Bolsa Família”, em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre a taxa de juros do País (Selic). “A expectativa é de aceleração no ritmo do aumento da Selic de 0,75 ponto porcentual (pp) para 1pp com os riscos inflacionários, enfatizaram.

Após ensaiar uma tímida depreciação, o dólar voltou a subir no final da manhã desta quarta-feira. Embora a expectativa para o anúncio da nova taxa básica de juros (Selic) seja alta, os arroubos fiscais e políticos por parte do governo ainda causam temor ao mercado, que continua reticente.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,77%, negociado a R$ 5,2320 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,57%, cotado a R$ 5,250.

Segundo o especialista em investimentos da Portofino Multi Family Office, Thomás Gibertoni, “o Brasil vive um momento institucionalmente complicado, fazendo com que essas movimentações afetem mais o Real que outras moedas emergentes”. A preocupação com o aumento com o Bolsa Família e estouro no orçamento ainda é grande, segundo Bertoni.

“A expectativa é que hoje a postura do Banco Central seja mais dura nas falas, pois a inflação pois tem sido preocupante. Isso não pode se tornar algo estrutural para o ano que vem, existe uma preocupação de ancoragem inflacionária”, analisa o especialista.

Em informativo matinal da Correparti, Ricardo Gomes da Silva apontou que o dólar recebe impulso da “piora do ambiente político e riscos fiscais que se acentuam a cada dia, mas destacou que as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rejeitando a hipótese de rompimento do teto de gastos – regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação – ajudou a diminuir um pouco a preocupação com a expansão dos gastos públicos no ano que vem, quando acontecem eleições para presidente.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) adotaram viés de alta neste início de tarde, acompanhando a apreciação do dólar em relação ao real enquanto os investidores seguem à espera do resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que será conhecido apenas depois do fechamento do mercado.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,37%, de 6,35% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,915%, de 7,885; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,83%, de 8,79% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,15%, de 9,08%, na mesma comparação.