MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue volátil, com leve viés de alta com as empresas ligadas a commodities, puxando o índice para cima, com destaque para Vale e Petrobras, ações com forte peso no índice. Mas a Bolsa segue volátil com os investidores atentos ao cenário político com a votação da proposta do voto impresso, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios e reforma tributária.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em ligeira queda de 0,03%, aos 122.973,18 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava pequena alta de 0,08%, aos 123.110 pontos.

Somado a isso, os investidores, reagem à a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que sinalizou que a aceleração da inflação pode implicar em um alta na taxa de juros básica do País (Selic)e o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).  Para Bruno Komura, estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, tanto a ata do Copom como o o resultado do IPCA- embora acima da meta- não teve nenhuma surpresa. “Agora o mercado deve se concentrar nos resultados dos balanços corporativos”. No entanto, ressaltou que a Bolsa mantém a volatilidade com as incertezas em relação à política e a questão fiscal e os bancos puxam o índice para baixo e as commodities para cima. “A conjuntura não favorável dá economia leva os bancos acreditarem em aumenta da inadimplência e levam à queda das ações”.

O estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos comentou que as commodities estão se recuperando das perdas da véspera. “O mercado exagera tanto para cima como para baixo”.

Para os analistas da Terra Investimentos, o Ibovespa tem sessão de instabilidade e “indefinição dos investidores que continuam refletindo as incertezas no radar econômico e político no Brasil”.

Para Rodrigo Friedrich, da Renova Invest, o mercado financeiro estará com foco no ambiente doméstico nesta terça-feira devido a vários eventos e até pode iniciar em alta. “A sessão vai ter uma volatilidade considerável, para cada pauta a Bolsa pode tomar uma tendência. Não queríamos que a política impactasse na Bolsa, mas hoje não vai ter jeito”.

Hoje está prevista a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)  do voto impresso marcada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O presidente Jair Bolsonaro tem defendido a mudança do sistema eleitoral e provocado atritos com o Judiciário nessa questão e tem afirmado que se não houver alteração, não terá eleições presidenciais de 2022. Friedrich comentou que o desfile de blindados nesta manhã promovido pelo governo “é um pouco de intimidação para a votação da PEC do voto impresso”.

Ainda no front político, os investidores ficam atentos ao desdobramento da reforma do Imposto de Renda. Ontem Celso Sabino (PSDB-PA), relator da reforma tributária na Câmara afirmou que pode ainda haver alterações no texto, com a inclusão de uma redução da CSLL no projeto.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que prevê o parcelamento em até dez vezes dos precatórios-dívidas do governo federal reconhecidas pela Justiça e que deve ser paga pela União.

Para o sócio da Renova Invest, a ata do Copom divulgada nesta manhã “veio dentro da nossa expectativa, vai continuar a subir os juros em 1 ponto porcentual, principalmente devido à inflação forte”.

Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a ata não apresentou novidades, diferentemente do comunicado. “Os membros buscaram explicar o diferencial entre suas projeções e as perspectivas do mercado, justificando a tempestividade na política monetária”.

O economista-chefe da Ativa Investimentos afirmou que mantém para o final do ano uma taxa Selic de 7,5% “com elevação de 100 pontos-base para a próxima reunião [em setembro].

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, aumentou 0,96% em julho em relação ao aumento de 0,53% em junho. O resultado ficou ligeiramente acima da mediana projetada pelo Termômetro CMA, de 0,93%.

Refletindo o que aconteceu durante toda amanhã desta terça-feira, o dólar encontra-se no meio de um cabo de guerra – que neste momento derruba a moeda. Se por um lado a tensão fiscal e política parece não dar trégua, por outro a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) demonstra atenção especial em controlar a disparada inflacionária no País.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,93%, negociado a R$ 5,1970 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,72%, cotado a R$ 5,211.

Segundo a analista de investimentos da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, “o dólar está caminhando sem uma direção única”. Ela fala sobre os fatores que fazem a moeda oscilar tanto: “Apesar da fala do João Roma (Ministro da Cidadania), o mercado continua preocupado com a questão fiscal, se o governo cumprir as metas”, analisa.

Por outro lado, a postura hawkish do Banco Central é um alento para o mercado: “A divulgação da ata do Copom foi recebida como um compromisso no combate à inflação”, pondera Oliveira.

A Câmara dos Deputados pretende votar hoje uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da introdução do voto impresso nas eleições.

O texto, que é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, já havia sido rejeitado em uma comissão especial, mas será levado ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

O clima em Brasília, porém, ficou tenso porque o Planalto decidiu fazer passar perto do Supremo Tribunal Federal (STF) um desfile de tanques e de outros equipamentos militares hoje, mesmo dia em que está prevista a votação da PEC. Isso após o presidente Jair Bolsonaro dizer que se não houver “eleições limpas” em 2022 – eleições com o voto impresso -, não haverá eleições. Deputados entenderam a decisão como uma provocação por parte de Bolsonaro, e a oposição considerou que o presidente agiu desta forma porque pretende dar um golpe caso o voto impresso seja descartado pela Câmara. Lira chegou a classificar o incidente como uma “trágica  coincidência”.

O Copom, por sua vez, disse em ata que  um ajuste “mais tempestivo” da taxa básica de juros (Selic) para um nível contracionista é a estratégia “mais apropriada” no momento para garantir que a inflação perca força e se alinhe às metas previstas para 2022 e 2023, segundo a ata da última reunião do grupo, ocorrida na semana passada.

Segundo o executivo-chefe e fundador da Ohm Research, Roberto Attuch Jr., “a terça-feira não tem grandes notícias lá fora. O mercado, então, volta as atenções para os assuntos internos, como a crise política em Brasília”.

Ele acrescentou que o momento atual é repleto de incertezas: “Apesar da postura mais hawkish [austera] do Banco Central, o mercado fica apreensivo com as notícias vindas de Brasília. O dólar deve ter um dia bastante volátil”.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda repercutindo o tom mais duro da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada hoje pela manhã, ao mesmo tempo em que os investidores digerem a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho, apesar de o indicador ter vindo apenas um pouco acima do esperado pelos analistas.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,505%, de 6,525% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,115%, de 8,215; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,05%, de 9,15% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,45%, de 9,52%, na mesma comparação.