MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – A Bolsa opera com viés de alta, mas ainda apresenta muita volatilidade com muitas incertezas no radar com as commodities pressionando para baixo e os bancos puxando para cima o índice. Os indicadores econômicos como Produto Interno Bruto (PIB) e o índice de gerentes de compras piores que o esperado também contribuíram para o movimento negativo, mais cedo.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,39%, aos 119.249,39 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,52%, aos 119.845 pontos.
Somado a isso, os riscos fiscais, ruídos políticos e crise hídrica seguem no foco do investidor e deixa a Bolsa com movimentos instáveis.
Para André Ribeiro, chefe de renda variável da Wise Investimentos, a Bolsa apresenta muita volatilidade e no início dos negócios o pano de fundo contrato no mercado externo foi atribuído ao movimento das commodities. “A pressão na abertura foi maior devido à pressão de papéis ligados às commodities, siderúrgicas apanhando bem, Vale e Petrobras caindo. O desempenho mais favorável do Ibovespa veio com bancos puxando pra cima e uma melhora das commodities, mas temos de acompanhar como as ações vão se comportar ao longo do pregão”.
Segundo Ribeiro, a crise hídrica está sendo muito observada pelo mercado e seus efeitos. “A gente não tem tanta visibilidade de como se comportará, depende de chuvas e isso tem gerado muita pressão na curva de juros preocupando os agentes do mercado.”. Os juros altos impactam bastante o setor de varejo, shoppings e construção civil, já o setor financeiro se defende melhor nesse cenário.
O chefe de renda variável da Wise Investimentos ressaltou que outros fatores continuam influenciando na Bolsa como riscos fiscais e turbulência na política. “Está todo mundo olhando para frente para ver o que está se desenhando, temos incertezas com a inflação, crise hídrica, relação entre os poderes e a expectativa quanto ao 7 de setembro, embora ainda o mercado não esteja sendo impactado”, enfatizou.
Em um relatório divulgado hoje, os analistas da XP Investimentos fizeram novas projeções para a Bolsa e reduziram a pontuação do Ibovespa de 145 mil pontos para 135 mil pontos até dezembro. Os analistas reportaram que em agosto viram os mercados por aqui seguirem movimentos contrários ao exterior “devido aos riscos atrelados à trajetória fiscal futura, na medida em que o debate em relação às eleições foi antecipado”.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB no segundo trimestre apontou queda de 0,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, praticamente estável. O resultado ficou abaixo da mediana projetada pelo Termômetro CMA, alta de 0,15%. A maior retração foi nos setores da agropecuária e indústria e os serviços cresceram no período. O PIB acumula ganho de 6,4% no primeiro semestre.
Nos Estados Unidos, segundo pesquisa ADP, o setor privado criou 374 mil vagas de emprego em agosto e os analistas previam a abertura de 600 postos de trabalho.
Em relação à Opep+, os membros do cartel concordaram em elevar para 400 mil barris (bpd) a produção da commodity para outubro. As commodities metálicas têm mais um dia de baixa “influenciado pelo movimento atual da economia chinesa e deve impactar Vale e siderúrgicas por aqui”, afirmou Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos.
Para o estrategista da Genial Investimentos, a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2022 entregue na véspera pelo governo “teve muitas críticas por especialistas em contas públicas e seguimos em um cenário interno bastante desafiador frente aos precatórios, orçamento, conflito entre os três poderes e a crise hídrica”. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque anunciou uma nova taxa de energia denominada “bandeira de escassez hídrica”, que entra em vigor hoje e vai até 30 de abril, com um aumento médio de 6,78% na conta de luz.
O dólar comercial operou em queda durante toda a manhã. Mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) tendo apresentado retração de 0,1% no segundo trimestre de 2021 – em comparação ao trimestre anterior -, o real continua valorizado frente à moeda norte-americana.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,13%, sendo negociado a R$ 5,1650 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava avanço de 0,14%, cotado a R$ 5,186.
Para o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, “as depreciações maiores do real são evitadas pelas altas taxas de juros. Isso tende a aumentar o fluxo doméstico, favorecendo o real”.
Ortiz, porém, vê a retração trimestral do PIB como decepcionante: “Esperava-se um aumento de 0,2%, foi frustrante. Isso, sem dúvidas, tende a jogar contra a moeda”, pontua o economista.
As taxas dos contratos de juros futuros (Dis) retomaram neste início de tarde o movimento de alta mais acentuada observado no início do pregão com os investidores repercutindo a crise hídrica, as incertezas políticas e o resultado de mais uma pesquisa eleitoral apontando para vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,785%, de 6,735% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,515%, de 8,47%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,59%, de 9,53% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,99%, de 9,93%, na mesma comparação.