MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Bolsa tem leve alta com correção de alguns papéis como do setor bancário e de varejo, mas os investidores seguem com muita cautela com as atenções voltadas para amanhã, devido às manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,30%, aos 117.295,13 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,82%, aos 117.870 pontos.
Somado a isso, o pregão é de pouca liquidez com o feriado do dia do Trabalho nos Estados Unidos, em que as bolsas estão fechadas, e véspera do dia da Independência aqui.
Para a equipe da Ouro Preto Investimentos, o Ibovespa é muito exposto a commodities, mas tenta subir um pouco com a “leve correção dos setores bancários e de varejo que não estão diretamente ligado a commodities e têm pequena correção, mas não dá para dizer que é uma alta firma em que os investidores mudaram de opinião, o mercado segue com cautela e o volume hoje é muito baixo”, afirmou.
A equipe da Ouro Preto Investimentos comentou que o movimento é de atenção à espera dos protestos de amanhã. “Não vai haver nada em direção à ruptura, por mais que o Bolsonaro tenha radicalizado mais o discurso. Acreditamos mais em ruídos que algo concreto, porque o presidente está sem apoio dos militares, dos empresários, só tem os apoiadores, então é difícil de seguir nessa linha de ruptura, o Congresso pode romper com ele”.
Para Ricardo Éboli, chefe de mesa da Axia Investing, o nosso cenário político é conturbado e o presidente Bolsonaro fez com que o econômico também ficasse agitado. “As incertezas políticas e as manifestações programadas para amanhã devem trazer instabilidade para a nossa Bolsa”.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirmou que com os boatos e incertezas em relação aos atos de 7 de setembro, somados  ao ambiente de baixa liquidez com o feriado nos Estados Unidos “podem gerar solavancos nos preços dos ativos, com aversão ao risco”. O economista-chefe da Ativa Investimentos comentou que apesar de ser observadas manifestações antidemocráticas por parte de alguns apoiadores “não acreditamos em atritos”.
Ubirajar Silva, gestor da Galapagos Capital, afirmou que em razão do feriado de hoje nos Estados Unidos e amanhã será a vez do Brasil “o dia deve ser de negócios reduzidos no pregão de hoje na Bolsa”.
O gestor da Galapagos comentou sobre o resultado na sexta-feira do relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll, sigla em inglês) mostrou boa performance do mercado norte-americano e europeu “apostando no adiamento do ‘tapering’ (redução de estímulos”.
Silva ressaltou que esta semana devemos ficar de olho nos dados do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e  Indice Geral de Preços -Disponibilidade Interna ( IGP-DI) “são dados importantes para ver qual será a política que o Banco Central (BC) vai adotar”. E nos Estados Unidos será divulgado o Livro Bege “com sinalizações dos próximos passos do banco central norte-americano”.
O gestor da Galapagos comentou que o mercado deve acompanhar como será a manifestação de amanhã do 7 de setembro em meio à elevação do tom do presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira e no final de semana. “Os ativos devem ficar mais pressionados na sessão de hoje. O Brasil continua performando pior que os pyers internacionais devido à crise entre os poderes e os dados mais fracos da economia brasileira corroboram para esse movimento”. Na semana passada o Produto Interno Bruto (PIB) -caiu 0,1%- e a produção industrial-baixou 1,3% em julho ante junho- vieram abaixo das expectativas do mercado.
Entre as commodties metálicas, o minério de ferro caiu mais de 6% na China e o alumínio atingiu máxima histórica,pressionado devido a um golpe militar na Quiné, grande produtor de bauxita, principal fonte natural do alumínio. Em razão disso, com a alta da bauxita impactou positivamente nas ações da CBA (CBAV3), avançam mais de 6%,  porque seus pares estão subindo no exterior e o aumento reflete imediatamente no Brasil.
O dólar opera em baixa no final desta manhã. Com o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, o radar do mercado está focado nas manifestações deste 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil. Essa tensão é refletida no câmbio, que ainda não tem um rumo definido nesta segunda.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,42%, sendo negociado a R$ 5,1630 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,65%, cotado a R$ 5,182.
Uma fonte ouvida pela CMA sublinha a preocupação do mercado: “O que vai acontecer amanhã ainda é uma incógnita, inibindo a maior valorização do real. Caso o cenário seja pacífico, a moeda brasileira tende a se valorizar ainda mais ao longo da semana”, pontua. O cenário contrário, porém, traria consequências negativas.
Segundo o estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “embora o Bolsonaro tenha intensificado os ataques, vejo isso muito mais como um movimento de sinalização para a sua base do que uma ruptura. Já faz parte das eleições de 2022”.
Komura, no entanto, pondera um risco maior que o político: “O cenário fiscal continua muito delicado. Ainda ninguém sabe o que será feito com os precatórios, e isso ainda deve gerar muita volatilidade”, pontua. Para o estrategista, a semana será positiva, sem grandes notícias.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operam mistas nesta tarde. Com exceção das taxas que vencem no primeiro dia de janeiro do próximo ano, as outras têm queda, assim como o dólar comercial. Além do temor com as manifestações nesta terça, na Independência do Brasil, hoje é feriado nos Estados Unidos, o que diminui sensivelmente a liquidez em mercados emergentes como o brasileiro.
Com isso, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 6,865%, de 6,845% no ajuste de sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,6525%, de 8,665%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,81%, de 9,83% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,28%, de 10,35%, na mesma comparação.