São Paulo – O Ibovespa segue ampliando a alta e chegou a subir mais de 2%, com o índice futuro batendo os 100 mil pontos, impulsionado pelas vendas no varejo mais fortes do que o esperado, o que dá força a ações ligadas ao consumo.
Os papéis de construtoras também avançam e os de bancos aceleraram ganhos se recuperando das perdas de ontem. No entanto, o índice ainda pode mostrar volatilidade acompanhando o exterior e o aumento de casos de coronavírus principalmente nos Estados Unidos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,67%, aos 99.395,72 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 1,75%, aos 99.610 pontos.
Já o contrato futuro com vencimento em agosto tinha alta de 1,71%, aos 99.555 pontos, depois de chegar a bater os 100.025 pontos na máxima do dia. O volume negociado era de R$ 7,8 bilhões.
“Os sinais da economia brasileira têm vindo melhor do que o esperado. Além das vendas no varejo terem superado as expectativas, os indicadores de inflação mostram um aumento dos preços”, disse o estrategista-chefe da Levante Investimentos, Rafael Bevilacqua, em nota a clientes.
O varejo brasileiro registrou alta de 13,9% nas vendas em maio ante abril, sendo que o mercado previa alta de 5%. Já na comparação com maio de 2019, a queda foi de 7,2%, menor do que a queda de 14,50% esperada.
O dólar comercial oscila sem rumo único frente ao real, acima de R$ 5,35, exibindo forte volatilidade desde a abertura dos negócios em mais uma sessão em meio à movimentos técnicos e cautela dos investidores que calibram indicadores econômicos recentes e o número de casos crescente de novo coronavírus em regiões como os Estados Unidos.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,61%, sendo negociado a R$ 5,3530 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 0,38%, cotado a R$ 5,360.
Para o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, a preocupação dos investidores com a velocidade da recuperação econômica global é que tem provocado instabilidade na moeda estrangeira, precificando os recentes indicadores econômicos com resultados melhores do que o esperado e o crescente número de casos confirmados de covid-19 em algumas regiões, principalmente nos Estados Unidos.
“Não acredito que haja um novo lockdown como vimos no início da pandemia. Mas vale ressaltar que a instabilidade segue em alta refletindo as incertezas que o cenário global denota”, diz.
A equipe econômica da Guide Investimentos avalia que o receio em torno da sustentabilidade da retomada econômica após a pandemia passa a prevalecer dado com um cenário “extremamente” desafiador. “O mercado ilustra esta visão ao se proteger frente às dificuldades esperadas para que a economia mundial volte a produzir nos níveis verificados antes da crise”, reforça.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em alta firme, principalmente nos trechos intermediário e longo, ao passo que os vértices mais curtos calibram as expectativas sobre o rumo da Selic. Esse movimento de colocação de prêmios ao longo de toda a curva a termo é influenciado pelos números robustos das vendas no varejo em maio e também pelos leilões de títulos públicos realizados pelo Tesouro Nacional.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,115%, de 2,095% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,07%, de 2,95% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,15%, de 4,06%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,67%, de 5,63%, na mesma comparação.