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São Paulo – O Ibovespa segue em forte queda, de mais de 3%, acompanhando o forte movimento de aversão ao risco nas bolsas globais com os investidores apreensivos em relação à situação financeira complicada em que se apresenta uma das maiores incorporadoras da China, a Evergrande, e os efeitos no mercado global.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 3,31%, aos 107.748,83 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 17,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava recuo de 2,85%, aos 108.100 pontos.
Somado a isso, o forte recuo do minério de ferro- 8% em Singapura – e o reflexo nas empresas ligadas à commodity. A maioria das ações da Bolsa tem queda. Esta semana também é de grande relevância com as decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil, Estados Unidos, Japão e Inglaterra.
Para José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, existe um temor da incorporadora chinesa “dar o calote como ocorreu em 2008 com o Lehman Brothers (banco dos Estados Unidos) e o reflexo disso por aqui e no mundo. Vale lembrar que a China é nosso maior cliente e o impacto pode ser grande”.
O analista da Codepe corretora também chama a atenção para as perdaa das commodities, “com o medo do crescimento da China ser menor, a tendência é de as commodities irem se ajustando”. Comenta-se no mercado que alguns fundos europeus seriam detentores de títulos da incorporadora.
O reflexo do recuo do minério impacta todas as ações ligadas às commodities aqui e no mundo. As ações Vale (VALE3), que têm um peso de 14,47% no índice, caíam 4,78% e as siderúrgicas Usiminas (USIM 5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) recuavam 4,59%, 5,30% e 3,90% respectivamente Os papéis da Anglo America desvalorizaram mais de 5%, Rio Tinto perderam mais de 3% e Glencore baixaram mais de 4%.
Ricardo Oliboni, chefe da mesa da Axia Investing, acredita que a queda é focada, em boa parte,  no “nosso cenário econômico conturbado e de baixas expectativas de melhora com o aumento da taxa de juros e a diminuição de compra do brasileiro”.
Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, disse que o medo de calote da Evergrande está gerando preocupação no mundo e “está fazendo com que as bolsas globais realizem”.
O gestor da Galapagos Capital comentou que o mercado também fica atento às decisões das taxas de juros aqui e nos Estados Unidos esta semana. “O mercado acredita que o Fed será um pouco mais hawkish (tom mais conservador), com a retirada dos estímulos provocando uma menor liquidez no mundo e levar à realização das bolsas”.
E, em relação ao Copom, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou na semana passada, que a alta da Selic será de 1 ponto porcentual (pp), “contrariando a expectativa do mercado que esperava um aumento mais de 1 pp na taxa de juros do País [que será definida na quarta-feira, dia 22] para controlar a inflação”.
Para os analistas da Ajax Capital, o ambiente pessimista no exterior deve pressionar a abertura da Bolsa negativamente. “Além das quedas das commodities, os problemas de liquidez com a  Evergrande impactam os mercados”. Os analistas comentaram que o cenário local segue no radar dos investidores.
Os analistas destacaram que “ao longo dessa semana vencem parte das dívidas offshore da Evegrande, que não deverá efetivar o pagamento dos cupons”.
O dólar opera em alta no começo desta tarde. Mais do que as reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrem nesta quarta-feira, o mercado volta todas as atenções para a China, esperando os próximos passos da crise na Evergrande, gigante do ramo imobiliário.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,75%, sendo negociado a R$ 5,3290 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava avanço de 0,79%, cotado a R$ 5,339.
Segundo o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, “o movimento risk off (aversão ao risco, em inglês) é muito forte, devido às notícias da Evergrande. Os investidores estão indo atrás de ativos de segurança em mercados sólidos, e isso pressiona o dólar para cima”.
“O mercado está totalmente de olho na China, e em como o Partido Comunista Chinês lidar com esta situação. Algum tipo de medida terá de ser tomada, pois é a maior empresa da construção civil chinesa, e isso implicaria em outros setores”, pontua Ortiz.
De acordo com boletim do Bradesco, “os mercados acionários operam no campo negativo e o dólar se fortalece ante as demais moedas”.
A reunião do FOMC poderá mostrar algum indício do início do tapering (remoção de estímulos) ainda para 2021, como projetam os analistas do mercado.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operam em queda, com exceção dos vencimentos mais curtos. Os investidores estão com as atenções voltadas para a crise da Evergrande, uma das maiores incorporadoras do país, e o impacto na economia da China e do mundo. Ademais, está no radar do mercado as reuniões do Copom e Fomc que ocorrem nesta quarta-feira.
Ás 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,080%, de 7,065% no ajuste de sexta; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,99%, de 9,040%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,130%, de 10,21% antes e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,53%, de 10,63%, na mesma comparação.