São Paulo – A Bolsa sobe mais de 1% após a reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para tentar costurar um acordo sobre os precatórios. O mercado externo já vinha ditando ritmo de recuperação.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,66%, aos 110.655,54 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 1,16%, aos 110.905 pontos.
Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, o dia é recuperação no Ibovespa acompanhando o exterior, mas “novas volatilidades no mercado não estão descartadas”. Friedrich enfatizou que se tivesse uma intervenção do governo da China na Evergrande, “não respingaria nos outros países e tranquilizaria o mercado, vamos ficar atentos como se dará esse processo”.
O sócio da Renova Invest ressaltou que os investidores ficarão ficados no primeiro dia de reuniões do Copom e do Fed, com término amanhã. “As atas serão o divisor de água tanto aqui como lá fora”. Além disso, o mercado espera um acordo sobre as negociações em torno dos precatórios.
Para a economista Ariane Benedito, da CM Capital, com a ausência de indicadores domésticos e um ambiente externo mais otimista, “deve contagiar a nossa Bolsa positivamente”.
Scott Hodgson, gestor da Galapagos Capital, comentou que os investidores ficam com as atenções para a reunião do Fed. “O mercado está antecipando que segue o progresso na economia norte-americana e que há probabilidade de começar o tapering [redução dos estímulos] entre novembro e dezembro”.
O dólar opera em queda, beirando a estabilidade. O mercado ainda está preocupado com a crise chinesa, mas as atenções se voltam para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrem nesta quarta-feira.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,84%, sendo negociado a R$ 5,2870 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,78%, cotado a R$ 5,296.
Para os analistas da Outo Preto Investimentos, “ainda não se sabe o que irá acontecer na China, se irá haver uma intervenção do governo”. Para os analistas, ontem um certo exagero, mas o movimento de hoje não deve ser visto como corretivo.
Por mais que grande parte do mercado espere por um aumento de 1% na taxa Selic, sem grandes surpresas, o discurso pós-reunião é aguardado. O mesmo é ocorre com a reunião do Fomc, “pois vários diretores da instituição têm se posicionado com uma postura mais hawkish (a favor da remoção de estímulos). É difícil que a injeção de liquidez comece agora, mas essa surpresa pode acontecer”, avalia a Ouro Preto.
De acordo com o economista da Tendências Consultoria, Sílvio Campos, “seguimos condicionados com o movimento externo, mas observamos uma tentativa de correção técnica. Contudo, a falta de uma definição do que irá acontecer na China ainda mantém o câmbio volátil”.
Embora não seja aguardas surpresas, a reunião do Fed e Copom também estão no radar: “Espera-se alguma sinalização do Fed de quando os estímulos começarão a ser retirados”, pontua Campos.
“Qualquer possibilidade tem muito mais aspectos negativos. Das opções, a melhor é a que menos muda as regras fiscais, de certo modo isso seria um alívio”, fala Campos referindo-se ao imbróglio fiscal que persiste há semanas, em especial os precatórios.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operam em queda, com exceção dos vencimentos de curto prazo. Os investidores reagem positivamente com a costura de um acordo em relação aos precatórios, após o término da reunião do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Por volta das 13h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,095%, de 7,080% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,905%, de 8,985%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,960%, de 10,130% antes e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,370%, de 10,540%, na mesma comparação.