MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – A Bolsa amplia a alta em um dia mais positivo tanto aqui como no exterior e com a boa performance das empresas ligadas às commodities após a forte derrocada da véspera. Apesar do ambiente mais favorável na sessão desta quarta-feira, os investidores seguem atentos ao orçamento dos Estados Unidos e se o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, dá mais sinais sobre a retirada de estímulos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,33%, aos 111.591,36 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava alta de 1,50%, aos 111.690 pontos.
Por aqui, os investidores seguem atentos aos precatórios e a reforma do Imposto de renda. Ontem o relator Ângelo Coronel (PSD-BA) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentaram definir um acordo, mas o mercado ainda fica com expectativa sobre a matéria.
Mais cedo, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Brasil abriu 372.265 empregos formais em agosto, segundo). É o resultado de 1.810.434 postos contratações e de 1.438.169 demissões.
Para Rodrigo Moliterno, analista da Veedha Investimentos, a Bolsa está corrigindo o exagero da queda da véspera no mercado global. “Não que não seja preocupante a questão do teto da dívida dos Estados Unidos em que a partir de sexta-feira o país pode ter problema de caixa e a preocupação da crise energética na China e os problemas com a Evergrande, mas houve uma queda desproporcional”.
Moliterno comentou que o mercado espera pelo  desenrolar da reforma do Imposto de Renda. “Nossa reforma do IR deve ver algumas alterações, mas vamos ver como vai sair efetivamente. O mercado está aguardando o que o Senado vai  aprovar. O mais importante é a questão dos precatórios”.
Em relação à retirada de estímulos da economia norte-americana, Moliterno afirmou que “o mercado está olhando quando e qual magnitude dessa retirada do tapering”.
Amanhã, é dia da Vale (VALE3) pagar os dividendos a seus investidores no montante de R$ 40,2 bilhões.  Uma fonte comentou que “já tem investidores reforçando sua posição em Vale e pelo menos 20% podem voltar para o mercado e não necessariamente em Vale”, afirmou. As ações da mineradora subiam 2,25%.
Para Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, vários fatores contribuem para a preocupação no ambiente interno como a extensão do auxílio emergencial até o começo do próximo ano e que “traz preocupação com o fiscal e o teto de gastos”. Ele reforça que “o cenário do Brasil está bem complicado levando em conta as realizações das bolsas norte-americanas e que pode atrapalhar ainda mais a performance da Bolsa brasileira”.
O gestor da Galapagos Capital também comentou que o aumento do diesel de quase 9% anunciado na véspera pela Petrobras tem de ser acompanhado de perto. “Vamos ver como os caminhoneiros vão se comportar com o ajuste do diesel e se volta o tema da greve”. O alívio pode vir para as empresas ligadas às commodities, com a recuperação do minério de ferro na China, comentou.
Os analistas da Ajax Capital afirmaram que “os ativos locais devem se recuperar acompanhando a menor aversão ao risco no exterior”.
Os analistas da Commcor DTVM analisaram que no pregão de hoje os investidores observam  a recuperação dos mercados, “após as sessões mais delicadas dos últimos com o enxugamento de risco se espalhando pelos principais mercados em meio aos receios com a Evergrande, pressões inflacionárias aqui e nos Estados Unidos e impasse em torno do orçamento norte-americano”. Em discurso no Congresso, no dia anterior, Powell e a secretária do Tesouro norte-americano defenderam a elevação do teto de gastos da dívida do país para não paralisar a máquina pública.
O dólar opera em queda. Em véspera de fechamento da Ptax mensal, a moda norte-americana está com poucas oscilações. Por mais que a fala do presidente do Fed seja aguardada, o radar ainda está atento às inseguranças fiscal e política.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,25%, sendo negociado a R$ 5,4120 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,35%, cotado a R$ 5,413.
Segundo o diretor da Amaril Franklin, Fernando Franklin, “estão ‘segurando’ o dólar por conta da Ptax, mas a insegurança política continua muito forte”. Para ele, esta insegurança se mistura ao âmbito fiscal: “Ninguém sabe como irão resolver os precatórios e Auxílio Brasil, estamos em um momento de indefinição no Brasil”, pontua.
Franklin considera que a fala de Powell não deve trazer nenhuma novidade quanto ao tapering (remoção de estímulos), e que a questão é global. “Quando irá começar a retomada: Essa é a grande pergunta”, questiona Franklin.
De acordo com boletim matinal do Bradesco, “hoje, as atenções estão voltadas para o discurso do presidente do Fed e o impasse em torno da elevação da dívida norte-americana”. O mercado está ávido por sinais que indiquem quando o tapering irá começar nos Estados Unidos.
“Aqui deveremos ter uma abertura em queda, acompanhando o desempenho visto no exterior”, analisa o boletim da Correparti.
As taxas de contratos futuros (DIs) operam em queda, após a sinalização de que a reforma do Imposto de Renda pode ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado até o final do mês que vem, o que diminui a preocupação com soluções fora do teto de gastos para a adoção do Auxílio Brasil. Os riscos fiscais nos Estados Unidos, porém, seguem no radar.
Por volta das 13h30 o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 7,180% de 7,180% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,110%, de 9,165% de ontem; o DI para janeiro de 2025 mantinha-se em 10,180%, na mesma comparação. E o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,550% de 10,670% antes.