São Paulo – Após oscilar entre leves quedas e altas perto da abertura do pregão, o Ibovespa tenta se firmar no campo positivo acompanhando a leve melhora do cenário externo, após a empresa Gilead Sciences anunciar que o remdesivir está tendo sucesso em reduzir a mortalidade em casos de coronavírus.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,34%, aos 99.467,86 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 0,49%, aos 99.605 pontos.
No entanto, a volatilidade pode continuar, já que o aumento de casos em países como os Estados Unidos segue em níveis preocupantes, e analistas apontam que será necessário mais novidades positivas para o índice se sustentar acima de 100 mil pontos. Ontem, o Ibovespa chegou a superar os 100 mil pela manhã, mas acabou fechando em queda.
Segundo a Gilead Sciencies, um estudo mostrou que o remdesivir traz uma redução de 62% no risco de mortalidade nos usuários quando comparado com a forma de tratamento tradicional da doença, o que ajudou a dar algum impulso para os mercados.
“Esse tipo de notícia ajuda, já se falava que o remdesivir estava tendo sucesso, mas ainda é um paliativo, não resolve o problema como uma vacina”, disse o analista da Necton Corretora, Gabriel Machado.
Para Machado, ainda há muita incerteza e o aumento de casos nos Estados Unidos segue mantendo alguma cautela. Além disso, vê que a necessidade de mais notícias positivas, como mais indicadores melhores, para que o Ibovespa possa se manter em patamares mais elevados.
Após o otimismo trazido pelos dados do varejo brasileiro nesta semana, os dados do setor de serviços ainda mostrou fraqueza em maio, além de o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, também divulgado hoje, ter vindo levemente abaixo do esperado por analistas, mostrando um cenário ainda não muito favorável para a economia brasileira.
Após exibir alta firme no início dos negócios, o dólar comercial exibe intensa volatilidade e opera sem direção definida acompanhando o exterior onde as moedas de países emergentes também operam com sinais positivo e negativo ante a divisa norte-americana em sessão esvaziada de indicadores, enquanto o noticiário sobre o novo coronavírus nos Estados Unidos leva cautela aos investidores.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,13%, sendo negociado a R$ 5,3440 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava ligeiro recuo de 0,03%, cotado a R$ 5,345.
O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, ressalta que cautela é “a palavra que melhor define” o comportamento dos investidores na sessão. “O aumento no número de novas infecções por coronavírus nos Estados Unidos inibiu o apetite ao risco, ao mesmo tempo em que a inflação no Brasil subiu menos que o esperado em junho”, comenta.
Para o consultor, o resultado da inflação, que subiu 0,26% no mês passado ante expectativa de +0,31% – conforme o levantamento feito pelo Termômetro CMA, limita a valorização da moeda estrangeira deixando as apostas de corte residual da taxa básica de juros (Selic) de 0,25 ponto percentual na próxima reunião e a manutenção no atual patamar praticamente empatadas. “Semanas atrás, a maioria dos agentes acreditavam que o afrouxamento monetário iria acontecer”, acrescenta reforçando que agora divide opiniões.
O diretor de uma corretora nacional destaca a intensa volatilidade da moeda exibida ao longo da semana e o movimento “montanha-russa” na primeira parte da sessão.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) operam em queda na sessão de hoje, com investidores analisando os dados de inflação no Brasil e apostando em mais um corte da Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada em agosto.
Às 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,075%, de 2,12% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,01%, de 3,10% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,07%, de 4,18%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,56%, de 5,63% na mesma comparação.