MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

789

São Paulo – Após chegar a cair mais de 1% refletindo o crescimento da tensão entre a China e os Estados Unidos, o Ibovespa zerou perdas e ensaia uma alta acompanhando a melhora vista nas Bolsas

norte-americanas, em meio a dados mais fortes de vendas de imóveis. No entanto, a volatilidade pode permanecer ao longo do pregão com investidores de olho na relação sino-americana e no noticiário em torno da pandemia.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,20%, aos 102.085,29 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava queda de 0,28%, aos 102.175 pontos.

Segundo o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter, “dados americanos ajudam a reduzir as perdas do Ibovespa”, já que apesar dos PMIs de serviços e indústria terem vindo levemente abaixo do consenso do mercado, eles avançaram e as vendas de novas casas em junho aceleraram 13,8% em junho ante maio, bem acima da alta de 3,8% esperada por analistas.

Por outro lado, a situação sino-americana segue delicada e trazendo cautela depois que Pequim ordenou o fechamento do consulado norte-americano na cidade de Chengdu, em retaliação à decisão de Washington de encerrar as atividades do consulado chinês em Houston.

“A relação entre China e Estados Unidos segue deteriorando, o clima ficou muito mais tenso”, disse o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, em vídeo a clientes. A China afirmou que a sua decisão de ordenar o fechamento do consulado é uma resposta legítima e necessária depois de uma provocação unilateral dos Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump e o secretário de Estado, Mike Pompeo, também teceram duras críticas à China ontem.

Entre as ações, as de bancos, que têm grande peso no índice, passaram a subir com mais força após abrirem em queda, embora ainda mostrem volatilidade, caso do Itaú Unibanco (ITUB4 1,32%). Por outro lado, as da Vale (VALE3 -1,22%) pesam negativamente acompanhando a queda dos preços do minério de ferro diante da aversão ao risco no exterior.

Em sessão de forte volatilidade, o dólar comercial opera em queda frente ao real, após oscilar nas mínimas abaixo de R$ 5,20 e nas máximas de R$ 5,25, acompanhando as fortes oscilações das moedas de países emergentes que digerem a escalada das tensões entre Estados Unidos e China e números preliminares de atividade nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,30%, sendo negociado a R$ 5,2000 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuava de 0,23%, cotado a R$ 5,200.

“O dólar aqui está acompanhando o exterior, já que houve uma melhora das bolsas estrangeiras. Mas segue a costumeira volatilidade e amplitude da moeda”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Apesar de abaixo do esperado, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial dos Estados Unidos subiu para 51,3 pontos em julho, no maior nível em seis meses, após registrar 49,8 pontos em junho. Analistas previam alta para 52,0 pontos. Já o PMI de serviços subiu a 49,6 pontos – ante 47,9 pontos em junho -, enquanto o mercado esperava alta para 51,0 pontos.

Porém, a decisão da China de fechar o consulado norte-americano na cidade de Chengdu, em retaliação à decisão do governo dos Estados Unidos de fechar o consulado do país asiático em Houston, limita os ganhos do mercado e provoca volatilidade nos ativos globais, com o mercado acionário acumulando fortes perdas na sessão.

“Enquanto norte-americanos e chineses continuam piorando suas relações, os mercados continuam no vaivém no que se refere às cotações do dólar em busca de um ponto de equilíbrio entre dados econômicos e perspectivas à frente”, comenta o consultor de câmbio da Advanced, Alessandro Faganello.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) vêm registrando queda na sessão de hoje, seguindo os dados do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), que subiu abaixo do previsto pelo mercado, abrindo a porta para mais um corte na Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de agosto.

Às 13h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 1,95%, de 2,03% após o ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,82%, de 2,97% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,87%, de 4,07%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,43%, de 5,58% na mesma comparação.