MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa acelerou ganhos acompanhando a melhora das Bolsas norte-americanas, que avançam em meio às expectativas sobre um novo pacote de estímulo econômico e à divulgação de balanços corporativos. Entre as ações, papéis como dos de bancos, mineradoras e siderúrgicas, que têm grande peso no índice, impulsionam a alta, também com investidores mais otimistas à espera de resultados corporativos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,67%, aos 104.100,98 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 1,60%, aos 104.150 pontos.

“Um dos fatores que anima o mercado é que republicanos vão apresentar o novo pacote de estímulos hoje e o Trump [Donald, presidente norte-americano] quer muito essa aprovação pois está atrás nas últimas pesquisas eleitorais”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara. O projeto republicano, estimado em cerca de US$ 1 trilhão, deve incluir outra rodada de pagamentos diretos de US$ 1.200,00 à parcela da população, US$ 100 bilhões em ajuda a escolas e universidades e dinheiro adicional para testes de coronavírus.

Além das expectativas sobre o pacote, Miziara destaca que as Bolsas norte-americanas tentam se recuperar da queda da semana passada, quando empresas de tecnologia tiveram fortes quedas e a tensão entre China e Estados pesou sobre os mercados.

A semana ainda contará com balanços relevantes como os da Apple e Google, além de eventos como a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira e indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano na quinta-feira.

No Brasil, investidores também estão voltando as suas atenções para a temporada de balanços, com muitos papéis oscilando de acordo com expectativas sobre os resultados. Os papéis de bancos, por exemplo, aceleraram ganhos, caso do Itaú Unibanco e do Bradesco. A exceção no setor são as ações do Banco do Brasil, que operam em queda após o presidente do banco, Rubem Novaes, pedir demissão. No entanto, os papéis já reduziram perdas.

Os analistas do Bradesco BBI prevêem que o Banco do Brasil e o Itaú devem apresentar os melhores resultados do trimestre e observa que os bancos estão preparando as bases para uma recuperação dos lucros. Já o Citi manteve a recomendação de compra para Banco do Brasil, com preço-alvo a R$ 42,00, apesar da renúncia do presidente da instituição, vendo o evento como neutro para as ações.

Outros papéis que estão acelerando ganhos são os da Vale e de siderúrgicas, como da Usiminas e Gerdau, que estão entre as maiores altas do Ibovespa e devem divulgar balanços em breve. Ao lado das siderúrgicas, entre as maiores altas ainda estão as ações da Hypera, que refletem dados trimestrais positivos já divulgados.

Após forte volatilidade no início dos negócios, o dólar comercial firma queda frente ao real e renova mínimas abaixo de R$ 5,16 acompanhando o exterior onde a moeda norte-americana perde terreno para as moedas pares e de países emergentes com investidores na expectativa pela aprovação de um pacote de estímulos no valor de US$ 1,0 trilhão nos Estados Unidos, previsto para ser votado amanhã.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,48%, sendo negociado a R$ 5,1810 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuava de 1,02%, cotado a R$ 5,180.

“A expectativa pelo pacote de estímulos de aproximadamente U$S 1,0 trilhão nos Estados

Unidos é o drive do dia. Investidores aguardam a votação e aprovação desse pacote de ajuda durante a pandemia do novo coronavírus seja votado amanhã, levando o dólar a cair 1% ante aos seus pares pela primeira vez desde muito tempo”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Rugik destaca que a agenda forte de indicadores e eventos na semana também pesa para a volatilidade da moeda, que iniciou os negócios sem direção única. “A gente identificou uma saída pontual de investidores estrangeiro após a abertura do pregão. Isso ajudou a desestabilizar a moeda por aqui”, diz.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, reforça que a semana de agenda intensa “promete” aumentar o vaivém nos negócios com a decisão de política monetária nos Estados Unidos, além dos números preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano e da zona do euro no segundo trimestre.

“Tem ainda os balanços corporativos e os mercados monitoram, paralelamente, as tensões entre Estados Unidos e China”, destaca.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem operando em queda, acompanhando o recuo do dólar comercial e a expectativa por mais um corte na Selic (taxa básica de juros), na reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas investidores seguem atentos a tensão entre Estados Unidos e China.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 1,945%, de 1,95% do ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,74%, de 2,82% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,75%, de 3,86%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,34%, de 5,46% na mesma comparação.