São Paulo – Após reduzir perdas e chegar a operar em alta com dados melhores do que o esperado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Ibovespa voltou a cair e mostra dificuldades de definir uma direção, já que o cenário continua com o viés negativo.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,19%, aos 104.272,74 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 0,21%, aos 104.370 pontos.
O Caged mostrou o fechamento de 10.984 postos de trabalho em junho. Segundo analistas, o consenso do mercado era que ocorresse o fechamento de 220 mil vagas. “O Caged veio muito melhor do que o esperado, a estimativa era de menos 220 mil vagas, a Bolsa sentiu na hora”, disse o diretor de operações da Mirae Asset Corretora, Pablo Spyer.
No entanto, as Bolsas norte-americanas seguem em queda em meio a discussões sobre o pacote de estímulos apresentado por republicanos ontem e balanços mais fracos que o previsto pelo mercado, como o do McDonald’s. Por outro lado, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) estendeu seu programa de empréstimos até o dia 31 de dezembro, o que mostra sua disposição em continuar apoiando a economia.
Ontem, os senadores republicanos detalharam sua proposta para o novo pacote de ajuda para combater efeitos da crise causada pelo coronavírus, avaliado em US$ 1 trilhão. O plano reduz o atual subsídio ao desemprego semanal de US$ 600 para US$ 200 por semana até setembro. “Diferente do que se observou quando das discussões do primeiro pacote (logo no começo da pandemia), a atual proposta foi fortemente criticada pelos democratas e, inclusive, por alguns republicanos mais conservadores”, destacam os analistas da Commcor Corretora, em relatório.
O dólar comercial tem alta firme frente ao real acompanhando o viés de correção que prevalece entre as moedas de países emergentes, mas com investidores atentos a possível votação e aprovação de um pacote de estímulo econômico no valor de US$ 1,0 trilhão nos Estados Unidos nesta semana e à reunião do Fed que começa hoje.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,21%, sendo negociado a R$ 5,1720 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava avançava de 0,48%, cotado a R$ 5,172.
Apesar da alta firme, a moeda já exibiu volatilidade e forte amplitude, chegando a renovar máximas acima de R$ 5,20, destaca o diretor de câmbio de uma corretora nacional. Já o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, reforça o peso da proposta para extensão de benefícios nos Estados Unidos sobre os mercados, em um pacote de aproximadamente US$ 1,0 trilhão, que ainda é debatido no Congresso norte-americano.
“Os benefícios suplementares para milhões de desempregados no país terminam nesta semana e são essenciais para o consumo”, comenta. Ele acrescenta que a cautela prevalece uma vez que amanhã o Fed decide sobre o juro básico do país e deverá dar orientações futuras para a maior economia dos Estados Unidos.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) se recuperam da queda de ontem e sobem, acompanhando um sentimento mais negativo no exterior. O ambiente interno também colabora para essa alta, apesar dos investidores seguirem apostando em um corte de 0,25 ponto percentual (pp) na Selic (taxa básica de juros) na reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom).
Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 1,935%, de 1,93% no ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,76%, de 2,74% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,80%, de 3,78%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,38%, de 5,34% na mesma comparação.