MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa acelerou perdas refletindo o movimento das Bolsas norte-americanas após o tombo histórico do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e do aumento dos pedidos de seguro-desemprego no país, além de indicadores abaixo do esperado pelo mercado na Europa. Os balanços corporativos também pesam sobre papéis e sobre o índice hoje, caso do Bradesco, que ainda teve a queda das ações aprofundada durante a teleconferência com analistas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,50%, aos 105.069,09 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 0,25%, aos 105.130 pontos.

“O PIB e os pedidos de seguro-desemprego vieram negativos, mas até um pouco melhores do que o esperado pelo mercado, só que ainda tem muitos estados e cidades com taxas altíssimas de contaminação de coronavírus, o que faz com que algumas pessoas ainda não tenham nem pedido ainda o seguro, os números ainda podem crescer”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

O PIB dos Estados Unidos despencou 32,9% no segundo trimestre em taxa anualizada, levemente melhor do que a queda de 34,7% esperada pelo mercado. Já os pedidos de seguro-desemprego subiram 12 mil para 1,434 milhão, sendo que o esperado era 1,450 milhão.

O dia ainda é de forte pessimismo nas Bolsas europeias depois que o PIB da Alemanha caiu 10,2% no segundo trimestre frente ao primeiro trimestre e 11,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, vindo mais fraco que o esperado. A taxa de desemprego na zona do euro também preocupou, assim como a volta de aumento de casos de coronavírus em países como a Alemanha.

Não bastasse a série de indicadores preocupantes em função da crise causada pela pandemia, diversos balanços no exterior e o Brasil inspiram cautela. Por aqui, os papéis do Bradesco mostram a maior queda do Ibovespa após a divulgação do balanço e depois que o presidente do banco, Octávio Lazari, afirmou, em teleconferência, que os rumores de compra do banco digital C6 Bank não têm fundamento. A notícia tinha chegado a impulsionar os papéis dos bancos algumas semanas atrás.

Após forte oscilação, o dólar comercial volta a firmar alta frente ao real, ao redor de R$ 5,20, tentando acompanhar o movimento do exterior no qual as moedas de países emergentes e ligadas às commodities reagem negativamente ao resultado ruim da leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e da Alemanha elevando a aversão ao risco global.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,01%, sendo negociado a R$ 5,1720 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava estabilidade, cotado a R$ 5,171.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, explica que a volatilidade exibida após a abertura dos negócios foi em consequência de uma “entrada de fluxo” no mercado doméstico no mercado de ações. “Teve investidor estrangeiro entrando no mercado aqui, foi fluxo. Agora, a moeda tenta recuperar um pouco de valor, acompanhando o exterior, mas ainda longe de seguir as perdas do peso mexicano”, comenta.

A divisa do México cai ao redor de 1% reagindo ao resultado do PIB do país no segundo trimestre, no qual registrou a maior queda da história, de 17,3% ante o trimestre anterior. Enquanto os ativos globais reagem aos PIBs norte-americano e alemão, com forte retração de 32,9% em taxa anualizada e de 10,1% ante o primeiro trimestre do ano, respectivamente.

Sobre o PIB norte-americano, o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, acrescenta que foi o pior resultado trimestral já registrado na história da economia dos Estados Unidos. “Em um primeiro momento, a reação do mercado foi relativamente calma. Apesar da retração recorde, o resultado foi levemente melhor do que as expectativas, que indicavam uma retração de 34,7%, mas o resulta preocupa”, diz.

Para o trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani, a cautela prevalece lá fora também com a leitura de que a economia alemã trouxe à luz da realidade após uma contração recorde da economia, fortalecendo a recessão no país.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) operam em queda na sessão, após dados fracos sobre a economia da Alemanha e dos Estados Unidos, fazendo investidores acreditarem que será necessário mais estímulo dos bancos centrais e mais cortes na Selic (taxa básica de juros) para retomar o crescimento econômico no Brasil.

Às 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 1,92%, de 1,92% no ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,67%, de 2,74% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,70%, de 3,80%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,30%, de 5,38% na mesma comparação.