MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

772

São Paulo – O Ibovespa segue ampliando alta refletindo declarações que desmentiram a possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o cenário externo favorável. Os ganhos de ações de varejistas e de siderúrgicas, em meio a balanços e à alta do minério de ferro, também colaboram para que o índice avance.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,02%, aos 101.612,99 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 1,99%, aos 101.795 pontos.

Na cena doméstica, Guedes e o presidente Jair Bolsonaro vieram à público ontem à noite “passar panos quentes” nos rumores de saída do ministro, que cresceram após a debandada vista na equipe econômica na semana passada e da pressão por aumento de gastos, ameaçando o cumprimento do teto.  As especulações em torno de Guedes fizeram o Ibovespa voltar a cair abaixo de 100 mil pontos ontem, o que não ocorria há mais de um mês.

“As declarações foram importantes, Bolsonaro e Guedes sentiram que o mercado puniu e viram a necessidade de defender o compromisso fiscal, mas só de gogó a vida não funciona, daqui a pouco o orçamento de 2021 tem que ser enviado, vamos acompanhar”, afirmou o responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, Roberto Motta, em live.

Além do alívio inicial trazido pelas declarações, o cenário externo segue um pouco mais favorável, com o índice norte-americano S&P 500 em leve alta e batendo seu recorde intraday, em meio à divulgação de balanços como os do Walmart e ignorando a tensão sino-americana por enquanto. O governo norte-americano anunciou ontem mais restrições ao grupo chinês Huawei, ao proibir empresas estrangeiras que produzem itens com alguma tecnologia norte-americana façam negócios com a companhia.

O dólar comercial operou em queda durante toda a manhã de hoje, após subir forte ontem com rumores de uma possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, do governo trouxe incertezas e cautela aos investidores. No final do dia de ontem, o presidente Jair Bolsonaro garantiu a permanência de Guedes. Porém, no início da tarde a moeda norte-americana voltou a subir com investidores ainda preocupados com o lado fiscal do Brasil.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,21%, sendo negociado a R$ 5,5080 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2020 apresentava retração de 0,09%, cotado a R$ 5,506.

“O mercado doméstico amanhece com possíveis sinais de ajuste frente à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, no dia de ontem, ao verbalizar que há uma confiança mútua entre ele e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em paralelo, Bolsonaro garantiu que não há possibilidade em furar o teto de gastos e que isso ‘não será sonhado’. Nesta mesma linha, o

presidente também afirmou que a saída de Guedes ‘nunca foi cogitada’ e que existe um alinhamento entre os dois membros do Poder Executivo”, explicou, em relatório, Pedro Molizani, Trader Mesa de Câmbio Travelex Bank.

Apesar dos rumores de que estaria prestes a deixar o cargo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, dificilmente sairá da posição, afirmou a consultoria Eurasia. Apesar disso, haverá dificuldades para a equipe econômica manter integralmente o teto de gastos no ano que vem, acrescentou.

“Bolsonaro continua comprometido com a agenda econômica de Guedes, e a saída do ministro é pouco provável”, disse a Eurasia em relatório. “Mas os rumores recentes mostram que o debate sobre o teto de gastos ainda não acabou dentro do governo, e que a equipe econômica terá dificuldade em manter integralmente os gastos sob o limite em 2021.”

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda acelerada, com os investidores devolvendo boa parte dos prêmios embutidos recentemente, após o “fico” do ministro da Economia, Paulo Guedes, aliviar a tensão em relação à saída dele do governo. Ainda assim, a questão fiscal continua no radar.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,74%, de 2,83% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,92%, de 4,06% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,75%, de 5,95%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,76%, de 6,99%, na mesma comparação.