MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após abrir em alta acompanhando Bolsas no exterior, o Ibovespa passou a cair com uma realização de lucros puxada principalmente pelas ações de bancos depois de fortes altas ontem. Investidores também seguem atentos ao cenário político, já que o governo prometeu dar andamento à agenda de reformas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,76%, aos 101.385,93 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 0,63%, aos 101.545 pontos.

“O Ibovespa começou a mostrar a realização de lucros na hora em que o mercado norte-americano abriu, mas ainda está caindo pouco perto da alta de ontem”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Os papéis de bancos, por exemplo, aceleram perdas, caso do Itaú Unibanco e do Santander, que têm grande peso no índice. Algumas ações ligadas a commodities também mostraram piora, caso da Petrobras, que subiam mais cedo. Já as maiores quedas do índice no momento são da Suzano, da Cosan e da Cyrela. Na contramão, as maiores altas são da Usiminas, da Fleury e da BRF.

No exterior, a maioria das Bolsas sobe após indicadores divulgados nos Estados Unidos. Ontem, dados de atividade industrial vieram melhores que o esperado pelo mercado e hoje foi divulgado que houve criação de vagas de trabalho no setor privado em agosto, embora o número tenha vindo abaixo do previsto. O cenário de ampla liquidez também segue dando suporte aos mercados acionários.

Já na cena doméstica, investidores estão dando o benefício da dúvida à tentativa do governo de dar andamento à agenda de reformas, sendo que devem enviar a proposta de reforma administrativa amanhã ao Congresso.

Porém, analistas mostram certa cautela e destacam que ainda há muitas incertezas em relação à receptividade das reformas, além de permanecerem riscos fiscais.  “Ainda há muitos riscos, principalmente em relação ao teto de gastos do ano que vem. O orçamento não mostrou de onde vão sair os recursos do programa Renda Brasil”, disse Miziara.

O dólar comercial exibe forte volatilidade desde a abertura dos negócios e opera sem direção única frente ao real, agora com viés de queda. Lá fora, a moeda norte-americana ganha terreno ante as moedas pares e de países emergentes após o resultado abaixo do esperado da criação de vagas de trabalho no estado privado dos Estados Unidos no mês passado, enquanto aqui, a agenda de reformas e o cenário fiscal calibram o movimento dos ativos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,37%, sendo negociado a R$ 5,3670 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 0,61%, cotado a R$ 5,370.

“O dólar ostenta intensa volatilidade sem direção clara, amplitude e inconsistência na sessão. Aqui, há uma melhora na perspectiva do andamento das reformas e após a aprovação da lei de gás ontem na Câmara”, comenta o diretor de uma corretora nacional.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, acrescenta que, no exterior, investidores aguardam ainda por um retorno nas negociações entre republicanos e democratas, nos Estados Unidos, para a aprovação de um pacote fiscal. “Algo que se for concretizado, a depender do formato, pode alavancar o bom humor [do mercado]. Enquanto isso, a volatilidade segue forte nos negócios”, reforça.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) oscilam entre margens estreitas, sem um viés definido, monitorando o comportamento do dólar, que está mais refém do ambiente externo, enquanto aguardam novidades vindas de Brasília, passado o alívio dos investidores ontem com a articulação política entre governo e Congresso em prol das pautas fiscais.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,81%, de 2,79% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,00%, de 3,96% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,79%, de 5,77%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,75%, de 6,74%, na mesma comparação.