MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após operar a maior parte da manhã sem uma direção clara, entre leves altas e quedas, o Ibovespa passou a cair um pouco mais pressionado principalmente pelas perdas das ações da Petrobras, em meio a um aumento dos estoques do petróleo nos Estados Unidos. As Bolsas norte-americanas também passaram a mostrar maior fraqueza, enquanto na Europa a maioria dos índices recua de olho em questões do Brexit e após a decisão do Banco Central Europeu (BCE).

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,50%, aos 100.783,74 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 0,40%, aos 100.890 pontos.

“As ações da Petrobras sentem a queda dos preços do petróleo, após estoques acima do esperado, além de ter tido nova operação da Lava Jato hoje na sede da companhia”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

Os papéis da estatal já estavam em queda pela manhã, mas ampliaram perdas e estão entre as maiores desvalorizações do Ibovespa depois que os estoques do petróleo subiram em 2 milhões de barris na última semana, sendo que o mercado previa uma queda de 1,2 milhão de barris.

Uma nova fase da operação Lava Jato também foi lançada hoje cedo para aprofundar investigações sobre o envolvimento de funcionários da diretoria financeira da Petrobras em uma rede criminosa capitaneada por altos executivos no Banco Paulista. As investigações apontam um dano de quase R$ 100 milhões à estatal em operações no mercado de câmbio.

O dia ainda é de perdas das ações da Vale e de siderúrgicas, depois de ganhos vistos ontem. Ainda entre as maiores quedas do Ibovespa estão as ações da Localiza, da Petro Rio e da Telefônica Brasil.

Na contramão, as maiores altas do índice são do Pão de Açúcar, da Gol e da Marfrig. As ações do Pão de Açúcar dispararam depois que o conselho de administração da companhia aprovou estudos para segregar as operações do Assaí em uma empresa independente, que ter o capital aberto e listada no Novo Mercado da B3.

No exterior, os principais índices norte-americanos desaceleraram ganhos, chegando a operar em queda, enquanto a maioria dos índices europeus operam em leve queda. As Bolsas refletem a alta nos estoques do petróleo e tensões entre Reino Unido e União Europeia. O bloco está considerando ações legais contra o Reino Unido devido ao plano do primeiro-ministro, Boris Johnson, de voltar atrás em partes do acordo do Brexit, assinado em janeiro deste ano.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse está monitorando a situação, além de reiterar que a autoridade irá continuar a apoiar a economia da região, para se recuperar dos impactos da pandemia. O BCE manteve sua taxa de juros inalterada, como o esperado pelo mercado.

Apesar de operar em queda, o dólar comercial segue volátil frente ao real, desde a abertura dos negócios, com perdas limitadas atento ao exterior onde investidores reagem às declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, após a decisão de política monetária da instituição, em meio à projeções otimistas para a economia da zona do euro no ano que vem.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava estabilidade, sendo negociado a R$ 5,3020 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 0,14%, cotado a R$ 5,303.

“Lagarde anunciou projeções que indicam maior confiança na recuperação [da economia] da zona do euro após fortes choques decorrentes da pandemia do novo coronavírus. Essa expectativa acabou valorizando o euro e as moedas emergentes ligadas às commodities”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Para o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, apesar de nenhuma alteração quanto à política monetária, a presidente do BCE afirmou que os estímulos continuam sendo necessários e que a apreciação do euro também é discutida entre os membros do BCE, após demonstrarem preocupação quanto a valorização da moeda em relação ao dólar, uma vez que tal fator corrói a competitividade dos exportadores e afeta a inflação ao tornar as importações mais baratas, adicionando pressão de baixa.

“Também por isso, o BCE entende que a inflação tende a subir com maior intensidade em 2021”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em alta, reagindo aos dados domésticos sobre inflação e varejo, que mostraram pressão nos preços do atacado e aumento do consumo. O tradicional leilão do dia também favorece a recolocação de prêmios. Já o ambiente externo mais favorável ao risco, após a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), serve de contraponto.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,83%, de 2,83% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,06%, de 4,00% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,92%, de 5,79%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,89%, de 6,74%, na mesma comparação.