MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue acelerando perdas em linha com as fortes quedas de Bolsas no exterior, que refletem a preocupação com a volta de aumento de casos de coronavírus em diversos países e suspeitas envolvendo bancos como o HSBC, acusado de movimentar fundo ilícitos por vários anos. O índice também é pressionado pelas ações da Petrobras, que refletem a desvalorização dos preços do petróleo.

A segunda-feira ainda é de vencimento de opções sobre ações, o que pode trazer maior volatilidade, além de investidores seguirem atentos à situação fiscal doméstica.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,76%, aos 96.555,59 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 21,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 1,47%, aos 96.665 pontos.

“O dia é de fortes emoções, temas adormecidos vieram à tona novamente como o sistema bancário europeu e a famosa segunda onda de coronavírus, que veio forte reacendendo temores de lockdowns”, disse o responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, Roberto Motta, em live.

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no mundo ultrapassou 31 milhões e as mortes globais somam 961.273, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O número de casos tem voltado a crescer em vários países europeus, como a França, com algumas regiões voltando a tomar mais medidas de isolamento social.

Além da pandemia continuar a preocupar os mercados, uma reportagem investigativa apontou que os bancos HSBC e Standard Chartered e outros moveram fundos suspeitos de serem ilícitos ao longo de quase duas décadas, o que fez as ações do setor caírem e pressionarem Bolsas na Ásia e na Europa, com algumas recuando mais de 3%.

Entre as ações, as da Petrobras (PETR3 -2,64%; PETR4 -2,44%) aprofundaram perdas com os preços do petróleo caindo mais de 3% em meio à aversão ao risco e depois que um comandante líbio anunciou que as produções no país voltariam.

As maiores desvalorizações do Ibovespa no momento são dos papéis da Gol (GOLL4 -5,21%) e da Azul (AZUL4 -5,42%), que sofrem com temores de novos “lockdowns” e após a Gol ter confirmado que é alvo de uma ação coletiva aberta nos Estados Unidos, com um acionista pedindo ressarcimento por supostas falhas de divulgação que teriam provocado queda dos papéis ao longo da pandemia.

O dólar comercial desacelerou a alta frente ao real, renovando mínimas sucessivas a R$ 4,42 – após encostar nos R$ 5,50 e operar nos maiores níveis desde o fim de agosto -, em sessão de forte aversão ao risco no exterior ao passo que os casos de covid-19 voltam a subir na Europa e preocupa autoridades e o mercado em meio ao risco da adoção de novas medidas de isolamento social no continente. Os Estados Unidos também vêm registrando alta no número de casos confirmados do novo coronavírus e corrobora para alimentar a aversão ao risco.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,94%, sendo negociado a R$ 5,4260 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 0,56%, cotado a R$ 5,423.

“Investidores estão atentos ao risco bancário e ao repique de casos de covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, o que leva a uma sessão de forte aversão ao risco”, comenta o diretor de uma corretora nacional.

A equipe econômica da Nova Futura Investimentos ressalta a alta nos dados de covid-19 na Europa. “A preocupação com o aumento dos casos de coronavírus assustam os agentes, haja vista que a elevação no número dos infectados pode resultar em novas medidas de lockdown, fazendo com que a economia europeia demore ainda mais para se recuperar. Entre os países de destaque no que tange o aumento de casos França e Espanha são os mais afetados”, destaca.

Sobre o risco bancário, as bolsas da Europa têm fortes perdas após relatos da mídia de que o HSBC, o Standard Chartered e outros bancos moveram fundos suspeitos de ilícitos.

Segundo reportagem feita pelo site de notícias dos Estados Unidos “BuzzFeed News” em colaboração com organizações globais de notícias, incluindo o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), as alegações são baseadas em documentos vazados relacionados a mais de US$ 2 trilhões em transações nas últimas duas décadas, principalmente entre 2011 e 2017.

Os documentos, conhecidos como relatórios de atividades suspeitas, foram registrados por bancos e outras empresas financeiras como a Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos Estados unidos, sobre transações que eles acreditam que podem fazer parte de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.

As taxas dos contratos de juros futuros mantêm o ritmo de colocação de prêmios, pressionadas pela alta acelerada do dólar, que já é cotado acima de R$ 5,45, e as perdas acentuadas das bolsas brasileira e em Nova York, que caem mais de 2%, em meio ao cenário externo avesso ao risco. Os investidores ajustam posições nos DIs antes de publicações relevantes do Banco Central local, o que eleva a volatilidade dos negócios.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,03%, de 2,97% no ajuste anterior, ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,47%, de 4,38% após o ajuste na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,41%, de 6,30%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,39%,de 7,28%, na mesma comparação.