MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue buscando uma recuperação amparado por ganhos de ações do setor financeiro e diante de uma leve melhora do cenário externo, embora as Bolsas norte-americanas mostrem volatilidade em meio a declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. O quadro também ainda é de cautela com indicadores norte-americanos, a demora para aprovação de um novo pacote de estímulos econômicos nos Estados Unidos e o aumento de casos de coronavírus principalmente na Europa.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,66%, aos 97.327,45 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 1,91%, aos 97.445 pontos.

“As Bolsas norte-americanas deram uma melhorada em relação à abertura do pregão e os papéis de bancos, que caíram ontem, estão subindo hoje. Mas não há novidades no cenário”, disse o economista-chefe da Codepe Corretora, José Costa.

Os índices norte-americanos operam sem uma direção clara, mas o Nasdaq sobe com mais força, depois de abrirem em queda. O presidente do Fed dá neste momento novo depoimento ao congresso do país e tem reforçado a mensagem de que os bancos centrais não têm muito mais poder de fogo, com o apoio fiscal do governo também sendo necessário.

Mais cedo, também foram divulgados os pedidos de seguro-desemprego norte-americanos, que vieram um pouco pior do que o esperado pelo mercado, por outro lado, os dados de venda de imóveis novos subiram mais do que o previsto.

Entre as ações, as do IRB Brasil (IRBR3 6,83%), da B3 (B3SA3 4,70%) e da Qualicorp (QUAL3 4,72%) mostram as maiores altas do Ibovespa no momento. Além da B3, que têm grande peso no índice, outros papéis de peso e do setor financeiro avançam, caso do Itaú Unibanco (ITUB4 2,35%).

Na contramão, as maiores perdas do índice são da CSN (CSNA2 -1,98%), da Localiza (RENT3 -1,56%), que devolvem as fortes altas de ontem após anúncio de incorporação da Unidas, e da Gol (GOLL4 -1,39%).

Na cena doméstica, investidores acompanham as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que disse que a autoridade não quer correr risco inflacionário vindo da questão fiscal.

O dólar comercial exibe forte volatilidade na primeira parte dos negócios e opera sem direção única, apesar do sinal negativo frente ao real, abaixo de R$ 5,60, calibrando um viés de correção local – após engatar quatro altas seguidas – e acompanhando o exterior onde prevalece o receio de uma nova onda de covid-19, principalmente na Europa, e consequentemente, uma recuperação da economia global mais lenta, puxada pelos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,10%, sendo negociado a R$ 5,5300 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 1,10%, cotado a R$ 5,529.

Para o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, o temor de uma segunda onda de contaminação do novo coronavírus em alguns países “assusta”. Ele destaca que, nos Estados Unidos, com a proximidade da eleição presidencial, em 3 de novembro, amplia o “desentendimento” entre republicanos e democratas em definir um novo pacote de estímulo fiscal para ajudar na recuperação na economia do país.

“Até o time do Fed tem ressaltado a necessidade de mais estímulos, mas o processo não anda e não deve andar até a definição da eleição”, comenta.

O presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, fala agora no Congresso dos Estados Unidos pelo terceiro dia seguido. Ele reitera que o Fed manterá apoio à economia do país pelo tempo que for necessário e é “provável que o apoio fiscal adicional” seja necessário.

Diante as declarações, as bolsas de Nova York apagaram as altas e inverteram sinal, em mais um dia de sessão negativa, enquanto o dólar reduz um pouco de força ante as moedas pares e de países emergentes.

Galdi acrescenta que, aqui, o risco fiscal e a escalada da inflação acabam pressionando ainda mais os ativos, além da “contaminação” das moedas pares ao real no exterior, como o peso mexicano. Já o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, pondera que o mercado doméstico está respeitando, por enquanto, os níveis de R$ 5,60. “Marca que chamou a última atuação do Banco Central [em meados de agosto]”, diz.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem negociadas com leves oscilações, mas exibem um ligeiro viés negativo, com os investidores reagindo à oferta moderada de títulos públicos feita pelo Tesouro em leilão e também absorvendo a mensagem deixada pelo Banco Central nas publicações desta semana, de Selic estável por um bom tempo. Ainda assim, a indefinição do dólar e dos mercados no exterior influencia a curva local.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,88%, de 2,97% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,31%, de 4,45% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,30%, de 6,43%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,28%, de 7,40%, na mesma comparação.