Minerva Foods espera trabalhar com margens melhores em 2022

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Porto Alegre – Apesar de não conseguir precisar uma expectativa de crescimento neste momento, a Minerva Foods destacou que acredita em uma possibilidade de vir a trabalhar com margens melhores em 2022 se comparadas às registradas até agora neste ano. As informações são da Agência SAFRAS.

O diretor presidente Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, disse que há uma tendência de retomada no consumo no próximo ano em termos globais com a retomada das economias, o que pode contribuir para bons resultados. No que tange ao Brasil, a oferta de gado tende a ser maior em 2022, com um maior ritmo de nascimentos, o que pode ser positivo também ao setor.

Por outro lado, há alguns entraves que dificultam estabelecer um número neste momento, como o embargo da China à carne bovina brasileira, a dificuldade e o encarecimento para a contratação de fretes e a forte queda nos preços do boi no Brasil, que despencaram da casa de R$ 315,00 para R$ 270,00, destacou o diretor de finanças e de relações com investidores da Minerva Foods, Edison Ticle, na teleconferência de resultados da companhia relativos ao terceiro trimestre de 2021.

EXPORTAÇÕES

Para os próximos meses, Galletti entende que as expectativas são positivas, diante do cenário ainda bastante aquecido para o mercado global de carne bovina, com destaque para a Ásia. “A retomada da economia global, com o avanço da vacinação, abre boas oportunidades para os exportadores da América do Sul, com uma tendência de aumento no consumo, especialmente pelos segmentos de turismo e food service”, projeta.

A companhia destacou que manteve a liderança nas exportações de carne bovina da América do Sul, com 20% do market share. Grande parte do resultado, segundo a empresa, leva em conta a diversificação geográfica no continente, com plantas na Argentina, Uruguai e Colômbia. Grande parte dessa presença forte na América do Sul contribui para manter as exportações aquecidas, que responderam por 69% da receita da empresa no período.

Galletti sinaliza que a restrição das vendas de carne bovina do Brasil para a China, a partir de setembro, acabou tendo reflexos no resultado da Minerva no Brasil. Por outro lado, a empresa conseguiu manter uma participação bastante efetiva no mercado asiático e, especialmente na China, com o redirecionando dos embarques ao país asiático através das quatro plantas da Athena Foods na Argentina e Uruguai. “Apesar dos bons resultados conseguidos por meio das plantas na América do Sul, temos uma expectativa de retomada em breve das exportações de carne bovina do Brasil para a China”, comenta.

ABATES

A Minerva Foods espera trabalhar com um aumento na capacidade de abates das plantas na divisão Brasil no quarto trimestre deste ano. No terceiro trimestre, a capacidade de abates, que é calculada por dias úteis, acabou recuando para 70,4% no Brasil em razão dos impactos causados pelo embargo da China às exportações de carne bovina do Brasil, ficando levemente abaixo dos 70,9% registrados no segundo trimestre deste ano, segundo Edison Ticle.

“O impacto maior ocorreu em setembro, quando ficou abaixo de 70%, logo após o surgimento do embargo. Em outubro a capacidade de abates já voltou a crescer acima de 70% e tende a ser maior nos meses finais deste ano”, pontua.

Já na Athena Foods, com o redirecionamento das operações de abastecimento e exportação ao mercado da China ficando concentrada nas plantas da Argentina e do Uruguai, a capacidade de abates cresceu consideravelmente, passando de 76,6%, no segundo trimestre deste ano, para 81,2% no terceiro trimestre.