Ministra do Meio Ambiente defende política ambiental, mas reconhece dificuldade no Congresso

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São Paulo – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um discurso em defesa do desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo em que reconheceu que enfrenta fortes resistências no Congresso, em pronunciamento na posse do presidente do posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, em Brasília.

“O presidente Lula poderia estar aqui. Ele ganhou como parte da democracia, em um governo de frente ampla, e gostaríamos de permanecer para fazer do Brasil o país do enfrentamento das questões climáticas”, afirmou.

Para a ministra, o Brasil é país que reúne muitas vantagens comparativas, que podem ser “vantagens transformativas” e que devem ser adotadas de forma transversal, por todos os setores, com mudanças para uma agricultura de alto carbono para baixo, produção de mais energia limpa, por exemplo. “Como disse o presidente Lula no Japão, o Brasil pode se tornar um exportador de sustentabilidade. Se o ministério da Agricultura, da Fazenda transformarem o programa ABC em agricultura de baixo carbono, podemos exportar sustentabilidade. Se produzirmos hidrogênio verde e iniciarmos a transição energética, exportaremos sustentabilidade.”

A ministra também destacou que a China é uma potência e se transformou em maior exportador de tecnologia para sustentabilidade. “Não é em 4 anos que conseguiremos isso, mas podemos colocar as pilastras”, disse. “Não sou pessimista, nem otimista, mas persistente o enfrentamento da mudança climática depende do nosso trabalho.”

Em relação ao Congresso, ela disse: ” É um momento difícil para o nosso governo e uma parte do Congresso quer impor ao governo eleito do presidente Lula o modelo de gestão do governo Bolsonaro Não gostamos do que acontece no congresso. Mas quanto mais fortes são os ventos, mas fortes são as árvores.”

Ontem, a ministra havia criticado a retirada da responsabilidade da demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o da Justiça, bem como a perspectiva de esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente, após aprovação de Medida Provisória com mudanças significativas nas duas pastas, por uma comissão mista composta por deputados e senadores.

A ministra do Meio Ambiente e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Rodrigo Agostinho, também participaram de uma audiência pública na Câmara, em que foram questionados e criticados sobre o veto, pelo órgão ambiental, à exploração de petróleo no Foz do Amazonas pela Petrobras.