São Paulo, 5 de fevereiro de 2025 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, que o Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE) vai discutir, no dia 18 de fevereiro, a entrada do Brasil na Opep+, o grupo ampliado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O convite foi feito há mais de um ano, quando o ministro esteve em Riade (capital da Arábia Saudita), com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, em novembro de 2023.
O ministro destacou que a Opep+ “é uma plataforma de discussão de países não integrantes da Opep para discutir o futuro das energias do mundo” e que a Opep tem obrigações que o Brasil não tem como cumprir “nem juridicamente, nem tecnicamente”, como corte de produção.
“É muito importante, nesse momento onde o Brasil voltou a dialogar, em um mundo globalizado, isso é fundamental para nossa economia. Participar desses fóruns de discussão nos permite avançar, em especial na visão estratégica, do desenvolvimento econômico com sustentabilidade e resultados sociais, que é o que buscam as nações. Nós vemos a plataforma Opep+ como uma plataforma fundamental para essa estratégia”, comentou o ministro, em entrevista a jornalistas.
Aliança para baratear alimentos
O ministro disse que o lançamento da Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e dos Projetos de Irrigação do Brasil e da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciado hoje, é uma das medidas para sanar os gargalos na irrigação brasileira, e que seu planejamento a partir de hoje, com a assinatura do termo de cooperação técnica. “Depois do Luz para Todos, é o maior programa energético do país. É levar força ao campo para produzir mais alimento, para baratear alimento, para chegar na mesa de brasileiros e brasileiras e construir, como eu disse, um país mais inclusivo, mais justo.”
“Na verdade, sob a liderança do presidente Lula, desde o seu primeiro mandato, nós temos o maior programa de combate à pobreza energética do Brasil, que é o Luz Para Todos. Dezessete milhões de pessoas saíram da escuridão e foram incluídas na dignidade. Nós estamos, para nossa alegria, na fase conclusiva de eliminar completamente a pobreza energética no Brasil. Só para se ter um parâmetro, no último ano do governo anterior, que abandonou esse programa, foram aplicados R$ 900 milhões. Esse ano, nós temos o orçamento de R$ 4 bilhões para avançar e, até 2027, eliminar a pobreza energética. E agora, com placa fotovoltaica e bateria.”
O outro desafio para resolver a irrigação é levar força para a produção de alimentos, segundo o ministro. “O Brasil é visto pelo mundo como celeiro de alimentos da humanidade. Como é que nós vamos produzir de forma ainda mais sustentável? Produzindo mais na mesma terra. Então é isso que nós precisamos e é isso que nós estamos fazendo aqui hoje. Nós estamos somando os esforços que fizemos no decreto das distribuidoras, mais a racionalização, o mapeamento e mais o fortalecimento orçamentário do Mapa (Ministério da Agricultura) e do MDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional), nós estamos estabelecendo o maior programa de de energia, força ao campo brasileiro, tanto para a agricultura familiar, quanto do agronegócio”, disse, em referência ao evento realizado nesta quarta-feira.
Sobre os estados que vão receber os investimentos, o ministro disse que todos os estados receberão, mas que a ideia é priorizar as grandes áreas, que tem potencial de produzir mais alimentos na mesma área. “Tem que ter água, tem que ter, naturalmente, topografia. Por isso essa aliança com o MDR e com o MAPA”, explicou.
Itaipu
Em relação à medida para evitar o aumento da tarifa de Itaipu, o ministro de Minas e Energia disse que a resolução está pronta e deve evitar o rombo na conta de comercialização da usina. “A resolução está pronta. Está na secretaria executiva acabando de dar o parecer jurídico. É uma decisão técnica naturalmente, de onde colocar esse custo, mas está resolvido o problema, declarou o ministro.
Permanência no ministério
Em relação à declaração do presidente Lula, que elogiou o seu trabalho no ministério de Minas e Energia e garantiu sua permanência na pasta, Silveira expressou gratidão e devolveu elogios. “O presidente Lula é o maior líder que essa nação já teve. É alguém que é admirado por todos nós que praticamos a boa política, que é a política do diálogo. A política de sentar na mesa e discutir problemas reais da sociedade para buscar soluções para os problemas. É o único líder capaz de consolidar definitivamente a democracia nos países. É inimaginável para todos nós, que a gente pudesse flertar novamente com a ditadura. E isso aconteceu porque não houve punição para aqueles que, lá atrás, se aventuraram a romper com o direito do povo de escolher seus governantes. E por isso que eu tenho dito que, fora do presidente Lula, não há salvação. Só mais um mandato, só em 2030, que nós teremos o Brasil realmente pacificado, unido e com políticas públicas realmente vigorosas, que possam conciliar desenvolvimento econômico, sustentável, com frutos sociais, fazendo a inclusão e construindo um país mais justo, mais solidário, mais fraterno. E só o presidente Lula hoje que é o líder que é que tem os atributos necessários para isso.”
O ministro disse que receber o reconhecimento do presidente Lula “aumentou a responsabilidade, aumentou o estímulo e a vontade de construir”.