Ministro diz que reduzir tributos é a estratégia do governo para baixar preço dos combustíveis

610

São Paulo – O Ministro Minas e Energia Adolfo Sachsida não quis opinar sobre apolítica de preços da Petrobras e que avalia que a melhor estratégia do governo reduzir tributos e aprovar marcos legais para atrair investimentos para o País como estratégia para reduzir os preços.

“Eu disse para o presidente Bolsonaro que nós não controlamos o preço do barril, mas se o dinheiro vier para o Brasil, conseguimos estabilizar o preço. Temos que fazer a nossa parte, continuar aprovando marcos legais e continuar a atrair investimentos. O mundo inteiro está taxando tributos de petroleiras, vamos fazer o contrário, vamos reduzir os tributos. Isso vai atrair o capital”, comentou o Sachsida, em evento da XP realizado nesta quinta-feira, em São Paulo (SP).

O ministro disse que o governo reduziu 11 tributos de forma permanente e pretende prosseguir nessa estratégia. “Temos que avaliar o que a sociedade quer, quais tributos podemos reduzir. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é uma ótima alternativa, pois oferece melhor a eficiência alocativa e a variabilidade intersetorial”, opinou.

Em relação à tributação do setor de mineração, Adolfo Sachsida disse que o modelo para o Brasil deve ser países como Canadá e Austrália, que são potências em mineração com respeito ao meio ambiente, mas que taxar o setor não é a solução. “Temos que explorar ainda mais é um setor que gera riquezas para o país, e atrair cada vez mais investimentos. Precisamos encontrar mecanismos para financiar a mineração, como o Fiagro da agricultura. Quero avaliar como usar a Letra de Risco de Seguro para o mercado de capitais financiar a mineração. Está na hora de outros bancos fazer como a XP e criar mecanismos para financiar esses investimentos”, disse o Ministro Minas e energia.

O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que “a mineração regular cuida da floresta por atrair riqueza para a região.”

Entre as medidas que defendeu ao assumir a pasta, o o Ministro Minas e energia disse que conseguiu aprovar a capitalização da Eletrobras, novo marco de garantias, aprovação da PL da cessão onerosa da PPSA, que pode gerar R$ 388 bilhões para o governo federal, entre outras.

Em relação à privatização da Petrobras, o ministro da Energia disse que é preciso haver um consenso em relação ao tema. “A privatização da Petrobras vai demorar uns 3,5 anos, mas depende do que a sociedade escolher, se quer uma estatal ou uma empresa privada. Mas acima de tudo, tem que ter competição. A Petrobras tem que atender o acordo do Cade e vender as refinarias”, disse Sachsida.

O ministro disse que a Petrobras precisa atender o termo de ajustamento de conduta acordado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para atrair investimentos às refinarias que estão à venda. “Que dó da Petrobras, não conseguiu vender as refinarias até agora… tem que atender o TAC”, comentou.

O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que a Petrobras pode trabalhar para desenvolver as economias renováveis e que a pasta trabalha de forma integrada com a da Economia e da Energia em ações para desenvolver o mercado regulado de carbono está desenhado. O mundo está olhando a fonte de hidrogênio e o Brasil tem oportunidade de produzir amônia verde para exportação. Em eólica offshore (no mar), temos 700 GW solicitados no Ibama, vamos criar uma plataforma para essa fonte, mas o custo ainda é um desafio”, afirmou Leite.

O Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, e o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, debateram os desafios da política energética no Brasil, a formação de preços e as consequências do cenários externos no mercado no painel “Energia e Petróleo: o desafio energético no Brasil”, em evento realizado pela XP Investimentos nesta quinta-feira (4/8).