São Paulo – A Arábia Saudita se mantém firme em seu posicionamento de não agir sozinha para equilibrar o mercado de petróleo, disse o ministro da Energia do país, o príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, um dia depois de o reino concordar com um corte de oferta unilateral de 1 milhão de barris por dia (bpd) no âmbito do acordo da Opep e de seus aliados, grupo conhecido como Opep+.
“A Arábia Saudita não está se sacrificando com os cortes anunciados ontem. Foi uma decisão fácil de ser tomada e deve durar pouco tempo”, disse ele em entrevista para a Bloomberg TV.
Em reunião virtual ontem, a Opep+ decidiu manter os cortes de produção em fevereiro diante da incerteza que ronda a demanda diante do agravamento da pandemia do novo coronavírus ainda que o processo de vacinação esteja em curso em vários países. No entanto, o grupo concedeu à Rússia e ao Cazaquistão a possibilidade de elevar a oferta nos próximos dois meses – aumento que deve ser compensado os cortes da Arábia Saudita.
Com o acerto de ontem, a produção da Opep+ será de 7,125 milhões de barris por dia (bpd) em fevereiro e de 7,050 milhões de bpd em março. A oferta russa passará de 9,119 milhões bpd em janeiro para 9,184 milhões de bpd em fevereiro e 9,249 milhões de bpd em março. Já o Cazaquistão passará de 1,417 milhão de bpd em janeiro para 1,427 milhão de bpd em fevereiro e 1,437 milhão de bpd em março.
“A manutenção dos cortes dá uma esperança à indústria de petróleo”, disse Bin Salman, acrescentando que os limites à oferta da Opep e de seus aliados não são uma escolha política e sim uma opção comercial.
No mês passado, a Opep+ concordou em aumentar a produção em 500 mil bpd, trazendo seus cortes desde o início da pandemia para cerca de 7,2 milhões de bpd. A expectativa era de que um novo incremento de 500 mil bpd fosse realizado em fevereiro e março, devolvendo gradualmente 2 milhões de bpd ao mercado. No entanto, o aumento de casos de covid-19 no mundo e as medidas de bloqueio que se seguiram frearam esses planos no momento.