Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu informações à Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga a suposta interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro, na corporação. O pedido foi feito na semana passada e tornado público nesta quarta-feira (28). No despacho o ministro requereu que fossem anexadas informações sobre outras investigações. Moraes passou a ser relator da matéria com a aposentadoria do ex-ministro Celso de Mello.
A Corte definiu em plenário que Bolsonaro poderia responder as questões da PF em forma escrita. Em agosto Celso de Mello decidiu que o presidente deveria prestar o depoimento de forma presencial à Polícia Federal. Após ter entrado de licença médica no STF, a relatoria passou para o ministro Marco Aurélio Mello.
Neste meio tempo a Advocacia Geral da União (AGU) recorreu com uma ação requerendo resposta de forma escrita por parte de Bolsonaro, tal qual o presidente Michel Temer prestou de forma escrita em 2017. O ministro Marco Aurélio encaminhou a ação para plenário virtual e, após a volta do decano, Celso enviou o julgamento para o plenário a fim de ter a apreciação de todos os ministros.
O QUE MOTIVOU A ABERTURA DO INQUÉRITO?
O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro proferiu discurso contundente quando pediu demissão. Na ocasião disse que o presidente teria afirmado que a troca no comando da Polícia Federal (PF) “seria sim” uma intervenção política motivada pelo desejo em ter uma visão mais próxima dos inquéritos em andamento. Foi essa a motivação do pedido de demissão feito pelo ex-juiz à época.
Moro afirmou ainda que Bolsonaro estaria pressionando pela mudança no comando da Pasta desde o segundo semestre do ano passado. E a exoneração “a pedido” de Marcelo Valeixo, publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU) com sua assinatura digital, não foi consentida por ele. “Falei o que não é aceitável são indicações políticas. O que vi durante esse período foi trabalho bem feito de Valeixo”, disse.