Mudança da Lei das Estatais não impacta Eletrobras porque trata-se de uma corporação, diz BBA

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Foto Divulgação/ Eletrobras

São Paulo – Potenciais mudanças na Lei das Estatais como a que foi feita na noite de ontem, no apagar das luzes, não devem atravessar a Eletrobras, diz o Itaú BBA, uma vez que a companhia foi privatizada em junho deste ano. “A Eletrobras é agora uma empresa privada e uma verdadeira corporação, pois o poder de voto de qualquer acionista, incluindo o governo federal, é limitado a 10%”, dizem os analistas.

O BBA considera, ainda, no mínimo improvável uma reversão da privatização. “O governo federal teria que fazer uma oferta pública para comprar todos os acionistas minoritários com um prêmio de 200% sobre o preço mais alto da ação nos 504 pregões anteriores.” O custo-benefício não vale a pena, portanto.

O custo do primeiro programa é de R$ 1 bilhão, com payback de 1 ano. A empresa tem hoje 10.500 funcionários, mas o número cairá para 8.000 quando a primeira etapa for concluída. O BBA informou que a Eletrobras deve lançar outro programa de desligamento voluntário no próximo ano, o que pode representar uma redução adicional de 20% no quadro de funcionários.

RISCO

O maior risco, na avaliação do BBA, está relacionado à analise que a autoridade antitruste poderia fazer a respeito de potenciais fusões e aquisições. “Acreditamos que a Eletrobras enfrentará dificuldades para obter aprovação para grandes aquisições, dado seu poder de mercado, diz análise. “Não vemos isso como um grande negativo porque o foco deve estar no processo de recuperação e não no crescimento. O BBA vê a Eletrobras como um player de dividendos no médio prazo.

Para o curto prazo, os analistas veem catalisadores que consideram positivos como a contratação de alta administração para posições-chave, como o negócio de comercialização de energia, eventual liquidação de contingências em valor inferior ao registrado em seu balanço, venda de ativos e simplificação da estrutura acionária, resultando em menor custo e maior agilidade na utilização dos créditos tributários.