Não há fato que justifique abrir impeachment de Bolsonaro, diz LIra

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São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), rejeitou a possibilidade de acatar um dos mais de 100 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, afirmando que por enquanto “não há nenhum fato novo que justifique” este tipo de procedimento.

“Impeachment não é feito pelo presidente da Câmara. É uma construção de circunstâncias, de fatores que levam a isso”, disse ele mais cedo em entrevista ao Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan. “Não há nesse momento nada que justifique por parte da presidência da Câmara a abertura de um processo de impeachment porque além de jurídico ele é absolutamente político, e todos sabem disso”, acrescentou.

Lira já havia dito anteriormente que esperaria a conclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura erros e omissões do governo no combate à pandemia para se manifestar a respeito de pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Hoje, ele reiterou esta afirmação, apontando que a denúncia de potencial irregularidade na compra da Covaxin feita pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) à comissão é insuficiente para justificar o impedimento de Bolsonaro.

“Neste momento, a presidência da Câmara, que tem papal de atuar com imparcialidade, com neutralidade, vai esperar o desenrolar dos acontecimentos. Neste momento, não há nenhum fato novo que justifique que tenha alguma ligação direta com presidente da República, a não ser o fato de um parlamentar ter dito que entregou a ele alguns documentos, invoices, que não justificam – por enquanto e até agora, com muitas versões de parte a parte – a abertura de um processo de impeachment que desestabilizaria a economia, pararia o Brasil por mais de seis meses, um ano”, acrescentou o deputado.

“Nesta situação, o que a CPI vem trazendo com toda a afirmação política, jurídica, de instrumento de investigação, por enquanto, são depoimentos. Depoimentos de parlamentar, que trouxeram a realidade. Realidade está sendo investigada, está sendo, com processo, inquérito no Supremo Tribunal Federal, está tendo andamento normal, sem nenhum tipo de açodamento”, afirmou.