Não nos abalamos com comentários como os do Kassab, diz Padilha

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Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, disse que o governo não se abalou com as críticas do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que foram divulgadas ontem. Na ocasião, Kassab disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é favorito à reeleição, e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está ‘enfraquecido’.

“Quando Lula viu as falas de Kassab, ele comparou como se fosse falar se o Corinthians seria favorito ao campeonato de 2026. Isso não nos abala em absolutamente nada. Não nos abalamos com comentários como esses”, afirmou. Ele reforçou que o PSD tem ministros no governo e que votam a favor. “Eles defendem o governo, e isso se converte em apoio”.

A respeito das críticas, Padilha disse que o governo precisa ouvi-las para aprimorar a condução das medidas. “Não tem ninguém mais severo sobre o governo do que o Lula”. Ele também falou sobre a queda na avaliação do governo. “Tivemos uma oscilação na popularidade neste momento. Temos experiência de saber que pesquisas são fotografias do momento, mas não atrapalham o filme. Estamos atentos, Lula determinou quer mais medidas para conter o aumento da inflação e vai cobrar os ministros”.

A respeito da possível ida da atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para algum cargo dentro do Palácio do Planalto, o ministro disse que ela “tem uma relação de confiança com Lula, ela tem credencial e tem confiança para assumir outras missões. Quem define isso é o presidente”.

Com a saída da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Padilha disse que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco também têm “credenciais políticas para assumirem outras posições depois que deixarem as presidências. Lula me pediu para fazer agendas com eles para conversar sobre a condução dos próximos anos do governo”.

Sobre apoio dos ministros e de outros partidos que não fazem parte da base de apoio do governo, Padilha falou que eles estão “comprometidos para continuidade do projeto de crescimento econômico e redução do desemprego”.

Sobre Hugo Motta, que é o candidato à presidência da Câmara mais cotado para vencer as eleições ao cargo (que acontecem amanhã), Padilha disse esperar “a reabilitação das relações institucionais. O fundamental é que o governo nunca rompeu o diálogo com presidente da Câmara, Senado, líderes do governo e da oposição. Queremos melhorar o processo de reabilitação institucional, não esperamos deles que sejam atores do governo, para isso temos os líderes na Câmara e Senado, mas que sejam defensores da Câmara e do Senado, e que possamos ter uma relação institucional de votações de projetos”.

A respeito da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de subir as taxas de juros em 1 ponto percentual, na última quarta-feira, Padilha disse não ser possível compará-la com as decisões anteriores. “A decisão de hoje leva em consideração a situação atual. A situação é diferente hoje é diferente de seis meses atrás. Os agentes de mercado tiveram uma síndrome do pânico no final do ano, uma crise de ansiedade. Parte da reação dos atores econômicos foi por conta da desconfiança que foi acumulada e que não seria cumprida, mas foi cumprida. A coisa mais importante que o governo precisa fazer e que está fazendo é cumprir o contrato público com o Congresso, sociedade e atores econômicos, o de cumprir o marco fiscal”.