Natura cancela projeções anunciadas anteriormente para 2022

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São Paulo – A Natura decidiu descontinuar as projeções (guidance) relativas à sua receita líquida consolidada, margem ebitda, índice de de endividamento líquido, e da sua controlada Avon Internacional em margem ebitda recorrente e programa de investimentos assim como o guidance de captura de sinergias resultantes das combinações de negócio entre a companhia e a Avon Products, Inc, segundo fato relevante divulgado ontem (9/11) à noite.

“Há cinco meses Fabio Barbosa assumiu como principal executivo da Companhia. Naquela ocasião, foi anunciada uma reorganização da estrutura da Natura &Co, com o objetivo de aumentar as reponsabilidades de suas unidades de negócios e uma estrutura mais simples da holding. As mudanças, recomendadas pelo Comitê de Transição, continuam sendo implementadas pela Administração. Adicionalmente, a Companhia também anunciou que avalia rever seus modelos de operação e/ou sua presença nos mercados de baixo desempenho, bem como está acelerando o ritmo da integração das marcas Natura e Avon na região da América Latina”, escreveu a Natura, no comunicado.

A companhia também lembra que, mais recentemente, divulgou um estudo acerca de um potencial IPO ou spin-off (separação do grupo) da sua marca e unidade de negócios de luxo e bem-estar, Aesop e que, tendo em vista a continuidade da reestruturação organizacional da Companhia e as recentes atualizações sobre possíveis alterações em suas linhas de negócio, decidiu descontinuar as projeções citadas acima.

Cia tem prejuízo de R$ 559,8 milhões no terceiro trimestre

A Natura divulgou ontem (9) o balanço do terceiro trimestre de 2022, com prejuízo líquido atribuível a acionistas controladores de R$ 559,8 milhões, ante lucro de R$ 272,9 milhões alcançado no terceiro trimestre de 2021.

Segundo a companhia, o resultado foi impulsionado, principalmente, pelo menor EBITDA e maiores despesas financeiras, parcialmente compensado pela recuperação de créditos tributários associados a operações estrangeiras referentes a 2021. O lucro líquido do terceiro trimestre de 2021 também se beneficiou de ganhos fiscais relacionados a recuperações de créditos no Brasil.

O Ebitda ajustado recuou 5,7%, totalizando R$ 772,5 milhões, com margem de 8,6% (estável na comparação ano a ano)., uma vez que a melhora da margem de Natura &Co Latam, combinada com menores despesas da Holding, foi compensada pela desalavancagem das vendas na The Body Shop e pelos investimentos para crescimento da Aesop.

A receita líquida consolidada recuou 5,7%, a R$ 9 bilhões. A Natura&Co Latam corresponde a R$ 5,77 bilhões, com crescimento anual de 4,1%. A receita líquida da Avon caiu 19,8% e foi para R$ 1,64 bilhão.

As despesas financeiras líquidas foram de R$ 564 milhões, um aumento de 92,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (aumento de R$ 271 milhões em uma base anual).

A receita líquida da The Body Shop caiu 29,8%, para R$ 976 milhões. O tráfego nas lojas continua a mostrar sinais de recuperação (+7,7% nas vendas de lojas, na comparação anual), porém, em um ritmo mais fraco que o esperado, dado que a inflação e o alto custo de vida impactou a confiança do consumidor. No entanto, esta melhora não é suficiente para compensar as mudanças no TBS At Home e os altos níveis de estoque de produtos mantidos pelos nossos parceiros franqueados durante o ano.

A receita líquida da AESOP foi de R$603 milhões, um crescimento de 8,9% ano a ano. Todas as regiões apresentaram crescimento anual de dois dígitos, exceto a Europa, que apresentou crescimento de um dígito, mesmo em meio a um ambiente macroeconômico em deterioração.

Com Emerson Lopes / Agência CMA.