Os ministros da Casa Civil, Rui Costa; o da Agricultura, Carlos Fávaro; e o do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, falaram rapidamente com a imprensa depois da reunião que tiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir sobre o alto preço dos alimentos e as medidas que serão tomadas para reduzi-los.
Rui Costa disse que “nenhuma medida heterodoxa será adotada, como tabelamento ou congelamento de preços. A posição do governo não é favorável a elas”, afirmou. “Não terá subsídio, supermercado estatal, alimentos com prazo vencido, fiscal do Lula, nada destas medidas heterodoxas”. Ele disse que produtos como soja, milho e laranja têm preços determinados no mercado internacional. Uma das medidas é reduzir ou zerar a alíquota de importação de produtos cujos preços estejam mais baixos no mercado externo, para ‘forçar os preços internos a ficarem no mesmo patamar do que lá fora”.
Outra medida é modificar a política do programa de alimentação do trabalhador, via cartões de Vale Refeição e Vale Alimentação. “Uma das medidas que foi sugerida é no custo de intermediação no custo de programa de alimentação do trabalhador, que ele tenha benefício integral deste valor, e que o custo cobrado por estes intermediários [como empresas que administram estes cartões] seja reduzido, o ideal é que seja zero”. Costa disse que o Ministério da Fazenda vai apresentar propostas a Lula ainda na próxima semana.
Costa falou que o Brasil passou de grande produtor de alimentos in natura para alimentos processados, o que cria mais empregos no país. Mas que não faz sentido “o Brasil ser um dos maiores produtores do mundo e ter o preço dos alimentos muito altos”.
Ele citou que neste ano está prevista uma safra recorde de grãos, o que pode impactar na queda nos preços ao longo de 2025. “Conab apresentou dados de crescimento robusto da safra neste ano, que deve crescer, no geral, em 8,2%”.
Costa disse que Lula pediu aos ministros que se concentrem em definição de políticas agrícolas nos produtos da cesta básica. “Vamos dialogar com o mercado para ter sugestões de como reduzir preços e aumentar a produção. Vamos chamar os supermercados e grandes frigoríficos para conversar. Presidente tem preocupação forte com a comida que chega ao brasileiro”.
O ministro não quis antecipar quais medidas serão tomadas, mas que elas serão divulgadas assim que estiverem definidas.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou o que Costa disse no começo, e afirmou que a produção de arroz em 2025 foi mais estimulada, e que “os preços já cederam, não chegaram ainda aos patamares ideais. Vamos continuar estimulando a produção de alimentos no Brasil. Neste ano, o clima será mais favorável. Presidente Lula pediu mais medidas de estímulos, especialmente para pequenos produtores”.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, concluiu dizendo que Lula está preocupado que o alimento deve chegar na mesa das pessoas, e que o governo está concentrado em conceder crédito acessível e barato ao produtor. “Vamos nos concentrar também na produção de alimentos da cesta básica. Queremos aumentar a produtividade do pequeno produtor”.