São Paulo – Existe um nível mínimo para a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, mas ele é “dinâmico”, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que no entanto reiterou a quase impossibilidade de redução da taxa, atualmente em 2,00% ao ano.
“Dissemos que temos ‘lower bound’, é dinâmica. Passamos muito tempo descrevendo isso”, disse Campos Neto durante um evento promovido pela Bloomberg. “Vemos pouco ou nenhum espaço para novos cortes, mas também reconhecemos necessidade de manter política estimulativa”, acrescentou.
Ele também disse que o BC possui diversas ferramentas para gerenciar a política monetária, mas que a principal é a Selic e que outras ferramentas só serão usadas para estimular o crescimento da economia, se necessário, depois de exauridas as possibilidades de fazer isso via taxa básica de juros.
“Quando olhamos o que podemos fazer contra a crise, temos caixa de ferramentas. Toda ferramenta tem uma função e tem que priorizar as ferramentas. Usar muitas ferramentas antes de exaurir ferramenta principal tende a levar a credibilidade menor”, afirmou.
Ele reiterou que a possibilidade de BC comprar títulos de dívida do setor privado é vista mais como uma ferramenta para evitar perturbações no mercado do que como instrumento de política monetária em si.