Relações com Rússia devem ser estáveis, diz Biden após reunião com Putin

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São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a reunião entre ele e seu homólogo russo, Vladimir Putin, ocorreu em bons tons e foi necessária para estabelecer uma estabilidade estratégica entre as duas nações. Segundo ele, será necessário apenas de três a seis meses para ver se a cúpula deu frutos.

Biden informou que o objetivo da reunião era estabelecer pontos de interesse em comum entre os dois países, deixar claro que os Estados Unidos não permitiriam invasões em seus sistema democrático e iniciar uma construção de estratégia conjunta em direção à estabilidade.

“Temos interesses em comum e um deles é a estabilidade estratégica. Putin está tão interessado nisso quanto nós”, afirmou ele em entrevista coletiva com repórteres na Suíça. “Agora sabemos como cada um irá agir em determinados cenários”.

O presidente norte-americano destacou as promessas de defesa aos direitos humanos que fez a Putin, assim como o estabelecimento de regras. “Não aceitaremos interrupções em nosso processo democrático e nos colocaremos contra qualquer atitude que fere os direitos humanos porque os Estados Unidos são um Estado baseado nos direitos humanos”.

Segundo Biden, não houve tom de ameaça entre os dois. “Conversamos e em caso de discordância nos respeitamos”, afirmou. “A partir de agora, estabelecemos uma relação bilateral que era necessária”, disse.

Os dois conversaram sobre a situação da Ucrânia e da Belarus, mas Biden não deu detalhes sobre as conclusões em relação aos dois temas, dizendo apenas que “Putin entendeu meu ponto de vista, mas sabemos que nossas abordagens são diferentes”.

Segundo ele, o presidente russo o questionou sobre o retorno do terrorismo no Afeganistão. “Ele se preocupa com isso e disse a ele que não é de nosso interesse um cenário parecido”, afirmou Biden. Em contrapartida, o líder norte-americano o questionou sobre a estabilidade na Síria e na Líbia. “Iremos prosseguir nessas questões”, concluiu.

ATAQUES CIBERNÉTICOS

Biden também disse que pediu a Putin que tomasse providências no caso de ataques cibernéticos provindo de seu país que tivessem como alvo instituições importantes para a infra estrutura dos Estados Unidos. Segundo ele, caso o líder russo não atue adequadamente, “responderemos ciberneticamente contra os russos e ele sabe que temos capacidade”.

Biden destacou que não houve ameaças entre os dois e que não foi cogitado uma resposta militar em caso de ataques de ransonware.

Desde o início do ano, os Estados Unidos foram alvos de atentados hacker que sequestram dados básicos em troca de um pagamento de resgate conhecidos com ransonwares.

A Colonial Pipeline, empresa que controla os dutos de combustível do país, sofreu um ataque no início de maio que causou uma enorme paralisação operacional. Como resultado, houve alta de preços e escassez de gasolina.

“Acredito que Putin não deseja uma guerra fria conosco assim como eu. Ele também sabe que a reputação russa está na linha”, afirmou Biden em coletiva de imprensa após reunião com o presidente russo na Suíça.

Quando questionado de Biden tinha confiança em Putin mesmo ele tendo prometido ações antes, o presidente dos Estados Unidos disse que não era uma questão de confiar ou não. “Putin será julgado pelo mundo de acordo com suas ações. O que ele faz reflete diretamente em todas suas relações comerciais e políticas”, concluiu.