Nova estrutura do Fed pode reduzir desigualdade econômica, diz Daly

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São Paulo – A nova estrutura de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ser uma importante ferramenta para reduzir a desigualdade econômica nos Estados Unidos, disse a presidente da unidade do Fed São Francisco, Mary Daly.

“Pleno emprego, a ideia de que todos os que desejam um emprego podem conseguir um emprego, é a base para garantir resultados mais equitativos”, disse Daly, em texto preparado para discurso ontem à noite. Este ano ela não tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Segundo Daly, para melhor atingir esse objetivo, o Fed divulgou um novo quadro estratégico em agosto, que reconhece que o pleno emprego não é uma meta fixa, mas um objetivo abrangente e inclusivo que muda à medida que a economia evolui.

“Estamos empenhados em encontrar o pleno emprego experimentalmente, vendo isso nos salários e preços”, disse. “Em outras palavras, na ausência de uma inflação sustentada de 2% ou de riscos emergentes, como para a estabilidade financeira, não tiraremos o ponche enquanto muitos permanecerem à margem da economia”.

Daly disse ainda que, embora a pandemia do novo coronavírus tenha amplificado a desigualdade social, as disparidades existem há décadas.

“Vieses sistêmicos relacionados a raça, etnia, gênero e classe levaram a um acesso desigual à educação, empregos, renda e riqueza”, afirmou.

“E essas desigualdades aumentaram ao longo das gerações, à medida que crianças nascidas na pobreza ou famílias de baixa renda carregam essa desvantagem por meio para a idade adulta e passá-lo para seus filhos”. Diante desta situação, questionou, “o que instituições como o Federal Reserve podem fazer para mudar o cenário? A resposta é: bastante”.