Por Allan Ravagnani
São Paulo – A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram, nesta manhã, a 4 fase da Operação Carne Fraca, denominada operação Romanos, que apura crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais federais em benefício de grupo empresarial do ramo alimentício, que passou a atuar em colaboração com as autoridades na investigação.
O grupo empresarial – que não teve seu nome revelado pela Polícia Federal – delatou ao menos 60 auditores que teriam sido favorecidos com as propinas. Há indicativos de que foram destinados 19 milhões de reais para os pagamentos indevidos.
Os valores seriam pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais.
Segundo os delatores, o pagamento de propina foi interrompido em 2017, quando foi deflagrada a primeira fase da operação Carne Fraca.
BRF
A companhia não teve seu nome citado na operação de hoje da PF, mas ela é alvo das três primeiras fases da operação, e ex-funcionários e executivos da empresa chegaram a ser presos, como ex-presidente, Pedro de Andrade Faria, e o ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior.
Ex-executivos e funcionários da companhia assinaram acordos de delação premiada com a PF e o MPF.
ROMANOS
São 280 policiais cumprindo 68 mandados de busca e apreensão em nove Estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As medidas cautelares foram expedidas pela 1 Vara Federal de Ponta Grossa/PR.
O nome da operação faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos que tratam de confissão e Justiça.