Novo governo argentino estuda elevar imposto de exportação agrícola

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Por Julieta Marino

Buenos Aires – O presidente da Argentina, Alberto Fernández, confirmou que está analisando elevar em três pontos as retenciones – imposto sobre a exportação de produtos agrícolas – de soja, milho e trigo. O anúncio se soma às mudanças nos direitos de embarque que ocorreram no final de semana.

“Estamos propondo a possibilidade de aumentar em três pontos as retenciones de soja, milho e trigo. Mas com condições: discuti-lo na mesa de acordo social e que 70% do excedente vá para a Administração Nacional da Seguridade Social (Anses, na sigla em espanhol) para fortalecer o caixa da previdência”, explicou Fernández em uma entrevista para a “Telefé Noticias”.

Neste ponto, destacou que “as decisões serão tomadas em conjunto, porque o campo é importante”. “A ideia é tratar de colocar em ordem a desordem que há na economia argentina”, disse.

“Todos têm que entender o que estamos vivendo, é um pedido de ajuda ao campo. Não é uma medida contra o campo, de todas as formas vou escutar, negociar, mas eu peço a solidariedade que temos que recuperar”, afirmou Fernández.

Por meio de um decreto, o presidente argentino apresentou no final de semana a eliminação da fórmula que define o imposto de exportação como quatro pesos argentinos por dólar exportado, estabelecido no governo de Mauricio Macri para cereais e outras matérias-primas, para que as retenciones da soja ficasse em 30% dos 24,5%. As retenciones para outros cereais, como milho e trigo, aumentarão de 6,5% para 12%.

Enquanto isso, cobrarão 9% nas exportações de carne, peixe, leite em pó e alguns produtos regionais, como feijão e legumes. Outros produtos lácteos, como queijos, terão taxa de US$ 3 por dólar (5%), o mesmo que outros produtos regionais, como frutas.

Tradução: Caroline Aragaki