Novo presidente da Eletrobras assume com foco na privatização

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São Paulo – O presidente do conselho de administração da Eletrobras, Ruy Flaks Schneider, disse que a Eletrobras, sob a condução do novo presidente, Rodrigo Limp, seguirá o caminho da capitalização.

“A Eletrobras é a maior empresa de energia da América Latina, sabemos do seu compromisso com o Brasil e as suas limitações. O caminho escolhido foi o da capitalização e isso exigiu coragem do ministro das Minas e Energia, que soube encarar os desafios”, disse Schneider, na cerimônia de posse do novo presidente da companhia, Rodrigo Limp Nascimento, em Brasília.

“O futuro da Eletrobras precisa estar alinhado com as transformações e modernização do setor elétrico, que caminha para mais competição e digitalização. A Eletrobras tem tudo para liderar essa mudança, promover a transformação digital e a cultura de alta performance. Daremos prosseguimento às estratégias da empresa, tanto na racionalização das participações societárias, como na geração de valor. O setor elétrico demandará R$ 300 milhões em investimentos e a companhia precisará estar capitalizada para dar avanço a essas iniciativas”, disse o novo presidente em seu discurso de posse.

Nascimento também destacou sua atuação como secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia e na diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre maio de 2018 e março de 2020.

“Inicia-se uma nova gestão na Eletrobras. Depositamos a nossa total confiança em Limp, que contribuirá para execução do plano estratégico da Eletrobras. O novo plano decenal estima investimentos de R$ 360 milhões em geração e transmissão e a Eletrobras deve seguir suas concorrentes para se capitalizar e trabalhar sem as amarras do Estado”, disse o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Todos os discursos destacaram a gestão do presidente anterior, Wilson Ferreira, que estava presente na cerimônia.

ESCOLHA DO NOVO PRESIDENTE

Em 30 de abril, o conselho de administração da Eletrobras confirmou a eleição de Nascimento para a presidência da estatal, após ter sido aprovado para ocupar um cargo no colegiado no início do mês passado, possibilitando, assim, que ele fosse eleito à presidência da estatal, no lugar de Wilson Ferreira.

A escolha de Rodrigo Limp pelo governo federal para a presidência da Eletrobras foi bem vista pelo mercado, que destacou o currículo técnico e vê uma continuidade da proposta de privatização da estatal. Porém, causou certa polêmica por não respeitar todo o processo sucessório conduzido pela empresa, não levando em consideração a análise da assessoria de recrutamento Korn Ferry, contratada para auxiliar a escolha.

Após a indicação, o conselheiro e coordenador do comitê de auditoria, Mauro Gentile Rodrigues Cunha, que representa os acionistas minoritários da estatal, pediu renuncia ao cargo por não concordar sobre como a nomeação foi feita. Cunha destacou que a Eletrobras ignorou a opinião formal da consultoria,que vinha analisando nomes do mercado, o que representa uma quebra de confiança em relação à governança corporativa.