Novos indicados trazem previsibilidade à Petrobras, dizem analistas;ações sobem

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São Paulo – Depois de vários dias de impasse, ontem (6/4), o Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou a indicação de José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da Petrobras, e Marcio Andrade Weber para presidir o conselho de administração da estatal. Os indicados serão ratificados na Assembleia Geral Ordinária, que acontece na próxima quarta-feira (13).
Para os analistas da Levante, a indicação de nomes com experiência no setor reduz parcialmente as incertezas relacionadas à direção da companhia. “Com a expectativa de que os indicados para o comando da estatal continuem praticando a política de preços vigente e seguindo o plano estratégico já elaborado pela companhia para os próximos anos, esperamos uma reação positiva nas ações no curto prazo.”
Os analistas da Ativa lembraram que, além de perfil técnico, Coelho dispõe de boa interligação com o Executivo, detendo bom relacionamento com o ministro Bento Albuquerque. “Acreditamos que os nomes serão positivamente recepcionados pelo mercado, que não deve ver nas indicações alguma sinalização de ruptura com os principais fundamentos mantidos atualmente pela empresa”, destacou a corretora.
A indicação de Coelho também foi bem recebida pela Mirae Asset, que apontou preço-alvo de R$ 40,23, com potencial de alta de 24%. A análise da corretora destacou que o indicado atende os critérios impostos pelas regras de compliance da empresa, além de ter bom relacionamento político e no setor de energia. “Não deve acontecer nenhuma mudança em relação a política de reajustes de preços da empresa e na sua estratégia de desinvestimentos”, conclui a análise.
O BTG Pactual considera que a recepção dos investidores com relação à nomeação de Márcio Weber e José Mauro Coelho como presidente e CEO da Petrobras, respectivamente, será boa e que o nome de ambos os indicados devem passar sem na Assembleia de acionistas da próxima semana sem resistências.
“Mais importante do que fazer comparações entre os novos candidatos a CEO e presidente e os anteriores, achamos que a recepção geral dos investidores será positiva por várias razões. Primeiro, reduz o risco crescente de a empresa permanecer com uma sensação diminuída de liderança por mais tempo”, segundo análise do banco.
Segundo o BTG, depois que Adriano Pires e Rodolfo Landim decidiram recusar empregos, o governo tem tido dificuldades em encontrar candidatos dispostos a aceitar o novo desafio.
Márcio Weber já é membro do Conselho de Administração da empresa (representando o governo) e tem uma longa trajetória na Petrobras, onde trabalhou por mais de 15 anos e José Mauro Coelho tem trajetória de 25 anos na indústria de óleo e gás, especialmente no setor público. Graduado química industrial, trabalhou na EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas do Ministério da Energia) e foi secretário do Ministério da Energia. Atualmente é presidente da PPSA, a estatal empresa responsável pela comercialização do
governo leva do pré-sal contratos.
“Por último, mas não menos importante, vemos ambos os nomes reduzindo potencialmente as preocupações de que o governo pudesse encontrar uma solução menos ortodoxa para seu dilema, que poderia eventualmente trazer alguma sensação de ruptura ou deterioração em relação à comunicação com o mercado”, segundo os analistas do BTG.
‘Acreditamos também que o novo candidato a CEO tem um perfil diferente dos nomes anteriores durante o governo Bolsonaro. Depois de ter escolhido alguém com histórico profissional no setor privado (Roberto Castello Branco), seguido de um “militar” (Joaquim Silva e Luna), José Mauro Coelho tem um perfil mais técnico, com uma longa trajetória no setor público.”
Os analistas acreditam que isso possa contribuir para melhorar a comunicação da estatal nos próximos meses, “principalmente no que se refere à política de preços de combustíveis da empresa, que tem sido a principal questão para o governo dado o alto interesse público sobre o assunto.
No pregão desta quinta-feira, as ações da estatal reagiram positivamente e fecharam em alta, de 4,89% na ação ordinária (PETR3) e de e 5,06%, na preferencial (PETR4), negociadas a R$ 36,65 e R$ 34,00, respectivamente.