São Paulo – O Nubank anunciou nesta quarta-feira (19/7) que irá participar do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal, e confirmou que vai retirar da lista de negativados o nome de pessoas com dívidas de até R$ 100.
“Após concluir a análise técnica dos requisitos já disponíveis do Desenrola, o Nubank confirma que participará do programa. A instituição dará baixa na negativação das pessoas com dívidas de até R$ 100 e compartilhará mais detalhes de sua adesão conforme avançar no processo”, informou a empresa, que disse que as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados serão divulgados oportunamente.
O Nubank também reforçou o alerta para que os clientes não cliquem em links suspeitos com supostas ofertas relacionadas ao Desenrola, seguindo a orientação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgada na noite de ontem.
Atualmente, participam do Desenrola os bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander, C6 Bank e agora, Nubank.
DESENROLA
O Desenrola Brasil é um programa emergencial elaborado pelo Governo Federal, com a Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, para combater a crise de inadimplência que se abateu sobre o país com a pandemia e num cenário em que as taxas de juros mudaram radicalmente de patamar.
Segundo o governo, atualmente, o Brasil tem 70 milhões de negativados, potencial de beneficiários que o Desenrola espera atingir. Poderão ser renegociadas as dívidas negativadas de crédito de 2019 até 31/12/2022. A adesão ao programa por credores, beneficiários e bancos é voluntária.
A portaria que define requisitos, condições e procedimentos de adesão foi publicada no Diário Oficial da União na sexta-feira (13/7).
O Desenrola será executado em três etapas. As duas primeiras já valem a partir de segunda-feira: a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100 e uma etapa de renegociação de dívidas bancárias que pode beneficiar mais de 30 milhões de brasileiros.
No caso das pessoas físicas que têm dívidas bancárias de até R$ 100, elas ficarão automaticamente com o nome limpo pelas instituições, como parte do acordo com o Governo Federal. Com isso, caem restrições e a pessoa pode, por exemplo, voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições. Com essa operação, o Governo Federal considera que pode beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas.
RENEGOCIAÇÃO COM BANCOS – Outro grupo já beneficiado nessa fase é o de pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor. É a chamada Faixa 2. Para essa categoria, os bancos vão oferecer possibilidade de renegociação diretamente com os clientes, por meio de seus canais.
Estima-se que essa renegociação beneficie mais de 30 milhões de pessoas. Os créditos que podem ser usados na renegociação dessas dívidas totalizam cerca de R$ 50 bilhões. Como estímulo às renegociações, o governo oferece às instituições financeiras um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito.
Nós vamos assumir a responsabilidade de tentar negociar com os bancos, negociar com as empresas para que as pessoas possam sair do Serasa, limpar o nome e voltarem a ser cidadãos e cidadãs de respeito, podendo consumir. Não tem nada mais gostoso do que um cidadão saber que não está devendo, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à TV Record na quinta-feira, 13/7.
ATÉ CINCO MIL – A terceira etapa ocorrerá em setembro, com adesão de devedores com renda de até dois salários mínimos ou inscritos no CadÚnico Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e com dívidas financeiras cujos valores não ultrapassem R$ 5 mil.