São Paulo – “O Brasil que imaginamos é um gigante da sustentabilidade e um peso-pesado da segurança alimentar”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sessão de abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024 promovido pelo Instituto da Iniciativa de Investimentos Futuros (FII Institute), no Rio de Janeiro.
Lula discursou sobre os investimentos que o governo tem feito em prol da atratividade de investimentos exteriores e disse que o novo PAC (Programa do Crescimento) vai investir U$S 320 bilhões, dos quais 75% serão alocados até 2026.
“Vocês vão ouvir os meus ministros e ver o que estamos fazendo neste País”, anunciou.
“Quando se fala da questão climática, quando se fala da questão energética, eu posso assegurar para vocês, com todo o respeito ao planeta Terra, que tem nenhum país que pode oferecer a qualidade das coisas que nós vamos oferecer para os investidores que aqui quiserem produzir, que aqui quiserem criar um novo ciclo de produção de energia e que aqui quiserem fazer as suas empresas crescerem. O Brasil não vai jogar fora a oportunidade de se transformar numa grande economia”, promete.
“O investimento público é decisivo para induzir ao desenvolvimento, mas o capital privado pode ser um aliado dinâmico. O Brasil que imaginamos é um gigante da sustentabilidade e um peso-pesado da segurança alimentar, é um país capaz de ampliar a produtividade agrícola com respeito ao meio ambiente, e capaz de renovar sua capacidade industrial com energia limpa e inovação tecnológica”, disse.
O estadista entende que “o G20 é um espaço privilegiado onde o norte e sul se encontram para discutir sobre as desigualdades que persistem dentro dos nossos países e entre eles” e enumerou os grandes eventos globais que devem acontecer no Brasil nos próximos anos como a COP 30.
“Sem o esforço de todos, os efeitos do aquecimento global poderão atingir níveis catastróficos. Estamos vivenciando isso em primeira mão com as enchentes do Rio Grande do Sul, cuja reconstrução demandará investimentos maciços do governo e do setor privados. Não há negacionismo capaz de refutar a tragédia que se abateu sobre os gaúchos.”
Acabado o discurso de promoção das oportunidades de investimento do Brasil, Lula disse que gostaria de fugir do roteiro e “falar algumas palavras do coração.”
Assim, Lula disse que megaeventos como G20 ou BRICs que serão realizados no País no ano que vem “vão mostrar a cara do Brasil”
“Nós não somos mais apenas o Brasil do carnaval, o Brasil do futebol. Nós somos o Brasil composto por homens e mulheres que querem crescer, que querem trabalhar, que querem estudar e é por isso que eu não consigo falar de Economia sem colocar a questão Social na ordem do dia”, diz.
“Todos os debates que se fazem se tratando de Economia, a gente fala do mundo e de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem, eles existem e estão no nosso calcanhar, estão nas nossas portas, estão nas ruas”, disse, lembrando que ainda há no mundo 735 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e que “o mundo tem conhecimento para produzir alimento ‘de sobra’ para o mundo todo.”
“Nos últimos anos foram gastos quase US$ 3 trilhões em guerra. Esse dinheiro poderia ser usado em paz, poderia ser gasto em reduzir a miséria, a desigualdade e a pobreza do mundo. Eu digo isso porque eu tenho um compromisso de fé, não é um compromisso de um mandato. Só tem sentido um governante governar alguma coisa se ele tiver com o compromisso de cuidar do seu povo, de dar oportunidades a todos, de permitir que todos, sem distinção a todos, independente do berço em que nasceram, independente da cor, independente de gênero, tenha a oportunidade de se desenvolver, de crescer e de viver uma vida digna e de ser uma pessoa respeitada.”