O PPI é um absurdo, temos que ter o PCI, preço de competitividade interna, diz Silveira

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O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras não é adequado e precisa ser adaptado para considerar os preços internos.

“O PPI é um absurdo. Precisamos ter o PCI, que é o preço de competititividade interna. A Petrobras precisa de um preço de referência interno”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Conexão GloboNews hoje (5) mais cedo.

Ele falou também que o país deve sre autossuficiente na produção de petróleo, para evitar flutuações do preço da commodity no mercado internacional, mas a estatal brasileira de petróleo não deve pensar apenas no lucro. “Precisamos ser autossuficientes, mas a Petrobras precisa cumprir sua visão social”.

Silveira disse que o preço dos combustíveis seriam reduzidos se fossem considerados apenas os custos da Petrobras. “Teríamos redução de R$ 0,22 a R$ 0,25 no preço dos combustíveis”.

O ministro enfatizou que a Petrobras é uma empresa sólida e segura para os investidores e que ela tem condições de fazer mudanças na política de preços. “Governo vai trabalhar para diminuir os impactos dos preços dos combustíveis na inflação, e vai voltar a fazer investimentos para que a empresa volte a dar lucro e cumprir sua visão sociai”.

Silveira falou da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), que ontem (4) anunciou uma redução repentina na produção de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia. “Não podemos ficar suscetíveis à influência da Opep”.

Ele alertou também que o gás de cozinha, vendido exclusivamente pela Petrobras, teve seu preço cotado muito acima do que deveria ser cobrado, na gestão do então ministro da Economia, Paulo Guedes. “O preço do gás de cozinha neste período ficou, em média, 27% acima do preço de importação, dando um prejuízo de mais de R$ 7 bilhões aos brasileiros”.

Já sobre os combustíveis, o ministro anunciou que o governo deverá criar um fundo que seria usado para amortecer as mudanças de preços no mercado internacional. “Vams criar um colchão de amortecimento para aliviar a volatilidade dos preços internacionais”.

Por outro lado, Silveira reafirmou que não quebrará contratos ou fará mudanças bruscas na governança da Petrobras. “Dependemos da estabilidade e solidez da empresa para poder atrair mais investimentos no setor energético”.

No final da entrevista, o ministro falou sobre o papel da Petrobras na transição para a energia verde. “Nossa matriz energética é, na sua maioria, de energia limpa, e vamos avançar nessa transição, ter o papel de protagonista nesse processo para trazer mais investimentos”, concluiu.