OCDE rebaixa projeção de alta do PIB global este ano e eleva para 2022

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São Paulo – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia mundial em 2021 para 5,7%, de 5,8% da estimativa anterior, publicada em maio, citando que a propagação da variante Delta do novo coronavírus deve abrandar, mas não interromper, a recuperação econômica.
Para 2022, a OCDE revisou para cima sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, de 4,4% para 4,5%. Em 2020, a economia global encolheu 3,4%. “O crescimento econômico acelerou este ano, ajudado por um forte apoio político, a implantação de vacinas eficazes e a retomada de muitas atividades econômicas”.
Segundo a OCDE, “o impacto econômico da variante Delta tem sido relativamente suave em países com alta taxas de vacinação, mas reduziu o ímpeto de curto prazo em outros lugares e aumentou as pressões sobre cadeias de abastecimento globais e custos”.
A organização destacou que o PIB global já ultrapassou seu nível pré-pandemia, mas lacunas na produção e emprego permanecem em mercados emergentes e economias em desenvolvimento, onde a vacinação as taxas são baixas. Já uma recuperação forte na Europa e o maior apoio fiscal nos Estados Unidos impulsionarão as perspectivas de crescimento nas economias avançadas.
A OCDE revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia dos Estados Unidos para 6,0% neste ano, queda de 0,9 ponto percentual (pp), e elevou para 3,9% no ano que vem, alta de 0,3 pp. Em 2020, houve queda de 3,4%.
Para a zona do euro, a OCDE elevou sua projeção de PIB para este ano de 4,3% para 5,3%, e para 202 de 4,4% para 4,6%, após a queda de 6,5% no ano passado.
Por sua vez, para a China, as projeções de crescimento permaneceram inalteradas em 8,5% este ano e 5,8% em 2022, após a alta de 2,3% em 2020. Para o Brasil, a OCDE prevê alta de 5,2% no PIB este ano, revisão para cima de 1,5 pp, e avanço de 2,3% em 2022, um rebaixamento de 0,2 pp. Em 2020, a economia brasileira encolheu 4,4%.
INFLAÇÃO
A OCDE elevou suas projeções de inflação para este ano e próximo, permanecendo acima das taxas de antes da pandemia. A organização prevê alta de 3,7% no índice de preços ao consumidor do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes) para 2021, uma alta de 0,2 pp ante as projeções de maio, e avanço de 3,9% em 2022, alta de 0,5 pp.
Em 2020, a taxa de inflação estava em 2,7%. “Os preços mais altos das commodities e os custos de envio globais estão atualmente adicionando cerca de 1,5 pp para a inflação anual de preços ao consumidor do G-20, responsável pela maior parte do aumento da inflação no ano passado”, diz a OCDE.
Segundo a instituição, a inflação aumentou acentuadamente nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e algumas economias emergentes, mas permanece relativamente baixa em muitas outras economias avançadas, particularmente na Europa e na Ásia.
“Pressões de oferta devem diminuir gradativamente, o crescimento de salários segue moderado e as expectativas de inflação estão ancoradas, mas os riscos de curto prazo estão no lado positivo”.
Por fim, a OCDE ressaltou que “incertezas consideráveis permanecem”, na medida em que avanços na vacinação aumentaria a demanda e diminuiria o desemprego, mas também potencialmente levaria a aumento das pressões inflacionárias de curto prazo. “Progresso lento no lançamento da vacina e a disseminação contínua de novas mutações de vírus resultaria em uma recuperação mais fraca e maiores perdas de empregos”.