Oi quer voltar à disputa pela liderança em infraestrutura em 2021

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São Paulo – Após a venda de unidades em 2020, a Oi, em recuperação judicial, disse que buscará a liderança em infraestrutura, de acordo com o presidente da empresa, Rodrigo Abreu, em reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

“A companhia terá dois pilares claros, será a maior operadora de infraestrutura do país, com expansão em banda larga e 5G, em que a Oi não será a controladora, mas terá até 49% do capital votante, com uma operação mais saudável e com melhor capacidade de realizar investimentos. Do outro lado, teremos a Nova Oi, uma empresa de experiências digitais, que utilizará a sua atuação em conectividade para oferecer serviços diversificados aos clientes”, disse Abreu.

Para isso, a companhia espera contar com uma situação financeira mais confortável que a do final do terceiro trimestre, quando reportou R$ 5,7 bilhões em caixa, e alcançar uma redução significativa da dívida líquida até o final de 2022 de R$ 21,2 bilhões em setembro.

Para reduzir a exposição cambial, Camille Loyo, diretora financeira e de relação com investidores da Oi, disse que a companhia disse que vai buscar liquidar a dívida em euros e negociar a dívida em dólares após executar etapas do plano de RJ que a impedem de emitir dívidas em real e melhorar o perfil do endividamento.

A Oi está iniciando a terceira fase de sua transformação, que seguirá em 2021, de implementação de um novo modelo estratégico e aditamento ao plano de recuperação judicial (PRJ), com várias etapas para fazer a companhia voltar a crescer.

“A Oi volta à disputa pela liderança em ultra banda larga de altíssima velocidade. Nos últimos 12 meses tivemos adições líquidas que superam a soma dos três concorrentes”, disse o presidente da Oi.

A companhia divulgou a meta de chegar a 16 milhões de casas passadas em infraestrutura de banda larga até 2024. E em casas conectadas, é chegar a 10 milhões de casas conectadas, sendo sete milhões da Oi e três milhões prestando serviços para outras empresas.

O executivo também destacou o crescimento da empresa no terceiro trimestre em ultra banda larga, com a adição de 443,1 milhões de clientes, e o crescimento dos negócios em fibra ótica.

A empresa iniciou a execução do plano de RJ em 2016 e entre 2019 e 2020 a companhia executou o plano estratégico de transformação, com foco em redução de custos por meio da venda de ativos.

NOVOS NEGÓCIOS

A companhia não deve buscar aquisições de operadoras de pequeno porte para expandir o negócio de banda larga. Na área de serviços aos clientes, Abreu também disse que a empresa vai ingressar na oferta de serviços financeiros.

A prestação de serviços com foco no aumento da digitalização também está entre os pilares de expansão dos negócios da companhia.

ANÁLISE DO CADE

A companhia espera que a aprovação da venda de sua unidade móvel pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve levar onze meses.